CMN renegocia dívidas do Recoop e do Pesa
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Pesinha - Na próxima semana, a bancada parlamentar que apóia a agricultura e o governo, discutem a renegociação dos juros vencidos do Pesa, que totalizam R$ 686 milhões. A proposta dos deputados é a criação do Pesinha, ou seja, que os produtores paguem um percentual dos juros atrasados e dividam o restante em 15 a 20 anos. "Sai mais barato renegociar do que ir para a dívida ativa mais de R$ 5 bilhões", disse o deputado Luiz Carlos Heinze (PPB/RS). Ontem, o CMN também aprovou voto ratificando a Medida Provisória 114, que trata da renegociação das dívidas de pequenos produtores e altera o prazo para 31 de maio para que os mutuários do Pesa regularizem as parcelas em atraso.
Finame - Outra medida aprovada foi o reajuste dos juros da Finame Agrícola Especial, linha de crédito para a compra de máquinas e implementos agrícolas. A partir de agora, até 31 de dezembro, os juros passarão de 11,95% para 13,95% ao ano, seguindo a variação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Dois votos agrícolas não foram aprovados e devem ser levados a reunião extraordinária do CMN: as opções para o café e o financiamento da estocagem do álcool, que serão anunciados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 2, na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
Café - Segundo Gerardo Fontellis, assessor para Assuntos Agrícolas do Ministério da Fazenda, as opções para o café não foram aprovadas porque o governo ainda está analisando o mercado para ver o risco da operação. Ele admitiu, no entanto, que o voto apreciado previa valores superiores aos divulgados na quarta-feira pelo secretário de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Lineu Costa Lima.
Recursos - O CMN apreciou preços de referência de R$ 220 a saca para o café robusta, com vencimento em setembro, mas os técnicos da Agricultura devem fazer novos votos, com valores de R$ 205 a saca. Hoje (25), haverá reunião entre técnicos dos dois ministérios para apreciar este voto. Segundo uma fonte do Ministério da Agricultura, enquanto não se buscar recursos - estima-se que seriam necessários R$ 600 milhões - o voto não deverá ser aprovado. Isto porque, não haveria verba no orçamento do ministério, sendo necessário a aprovação extra-orçamentária.
Apoio de Lula - Comenta-se nos bastidores do Ministério da Agricultura
que haveria grande vontade do presidente Lula (que quando era da oposição
apoiou o programa de opções) em auxiliar o setor e, por isso,
poderia haver dotação extra-orçamentária. Fontellis
disse ainda que a liberação dos R$ 500 milhões para a estocagem
de álcool não foi aprovada porque o governo ainda está
estudando como vai operacionalizar a nova linha. A proposta inicial do Ministério
da Agricultura é financiar a estocagem a partir de maio, com pagamento
em quatro parcelas, sendo a primeira em janeiro de 2004 para o Centro-Sul e
em maio daquele ano para o Nordeste. O programa terá juros de 11% ao
ano, com possibilidade de liquidação do empréstimo com
a entrega do produto, com preço de referência de R$ 0,55 o litro
de álcool anidro e de R$ 0,50 o hidratado.