Cenário promissor para comercialização do trigo

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Produtores rurais que investiram no trigo, na safra que termina de ser plantada, podem esperar um cenário de comercialização com preços mais altos dos que os praticados em 2003 e início de 2004.
A conjuntura internacional é de estoques mundiais reduzidos, que sinalizam para a manutenção dos bons preços atuais. Com o ingresso do Brasil no mercado externo, no ano passado, as cotações internas devem ficar próximas da paridade de exportação. "A safra passada foi um marco para a cadeia produtiva. A realização das primeiras exportações brasileira de trigo mudou o perfil de comercialização do produto", comentou Márcio Augusto da Silva Junior, técnico de planejamento responsável pelo trigo na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Brasília.

Exportações - Após enfrentarem forte pressão no preço por causa da baixa demanda por parte dos moinhos nacionais, cooperativas paranaenses e gaúchas realizaram as primeiras vendas ao mercado externo no ano passado. Com produção de 5,8 milhões de toneladas, o País exportou 1,3 milhão de toneladas. O Paraná, maior produtor nacional, responde por mais de 50% do trigo colhido no País. A iniciativa rendeu resultados. O preço da tonelada varia, hoje, entre R$ 580,00 e R$ 600,00 a tonelada, ante a cotação de R$ 420,00 praticada no início do ano. Na safra 2004/2005, a Conab estima uma produção de 6 milhões de toneladas de trigo, com exportação de 800 mil toneladas do produto. “Se esse cenário se concretizar, os preços serão mais altos dos que os valores deste ano”, acredita Silva Junior, lembrando que, no inverno, o trigo oferece menos riscos do que o milho, o feijão e a soja. As cooperativas paranaenses, que na safra passada detinham 80% do trigo produzido no Estado, sinalizam intenção de continuar vendendo ao mercado externo. O Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) informou, através de sua assessoria de imprensa, que as associadas exportarão trigo sempre que o preço for mais interessante que o praticado no mercado interno. O setor já tem, inclusive, compradores interessados no produto.

Trigo nacional - O presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), Roland Guth, garantiu que os moinhos brasileiros darão preferência ao trigo nacional após a colheita da safra. Ele considera que o ingresso do País no mercado internacional foi positivo para a cadeia produtiva. "É uma forma de absorver o excedente de produção, principalmente do trigo brando (utilizado para a manufatura de biscoitos)", disse. O trigo mais utilizado pela indústria é o trigo pão, que responde por 60% do consumo das indústrias do Brasil. (Fonte: Folha de Londrina)

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