Caso Parmalat: Câmara Setorial do Leite apresentará proposta para minimizar efeito da crise

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A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite criou nesta terça-feira (05/01) um grupo de trabalho para apresentar propostas de ações que minimizem os efeitos da crise da Parmalat junto aos produtores brasileiros. Na sexta-feira, o grupo entregará ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, um documento com sugestão de medidas que dêem suporte ao setor. Pelos menos duas alternativas estarão em pauta: necessidade de financiamento via Empréstimos do Governo Federal (EGF) e aquisição de leite pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) junto aos pequenos produtores. O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Amauri Dimarzio, adiantou que o presidente do BNDES, Carlos Lessa, afirmou, em conversa telefônica com o ministro Roberto Rodrigues, que a instituição poderá fazer os investimentos necessários ao setor.

Mapa - Rodrigues, que convocou e presidiu a reunião emergencial da Câmara, disse que a preocupação do governo é com o efeito dominó da crise. "Estamos no auge da safra de leite e pode ser que haja aproveitamento de alguns setores em reduzir o preço do produto e isso não vamos admitir", afirmou Rodrigues. Ele enfatizou também que o governo quer reduzir ao máximo as conseqüências da crise na remuneração do produtor de leite, especialmente o pequeno produtor filiado a cooperativas que vendem seu produto para a Parmalat. No ano passado, o Brasil produziu 22 bilhões de litros de leite e, segundo o ministro, a Parmalat comprou dos produtores aproximadamente 1 bilhão, ou seja menos de 5% do volume. A situação mais preocupante, lembrou o ministro, é dos produtores do Rio de Janeiro, onde as cooperativas do noroeste do estado dependem exclusivamente das compras da Parmalat. Situação semelhante verifica-se na cooperativa de Carazinho, no Rio Grande do Sul e cooperativas de algumas regiões do Paraná e Pernambuco.

Parmalat - O diretor da Parmalat no Brasil, Afonso Champi, que participou da reunião da Câmara Setorial, afirmou que a filial brasileira deve honrar os pagamento dos produtores no próximo dia 16 de janeiro. Segundo ele, a dívida da empresa junto às cooperativas é de R$ 1,5 milhão, o que representa menos de 5% do volume comprado. "Esta é uma crise que está acontecendo fundamentalmente na Itália e é natural que tenha impactos aqui, mas estamos trabalhando para regularizar e reduzir este impacto num tempo mais breve possível", disse o diretor.

OCB - De acordo com Márcio Lopes de Freitas, a maior preocupação é com o produtor rural e sobretudo com os pequenos produtores associados às cooperativas que entregam o leite à Parmalat. "O setor já vinha passando por uma crise séria em função de preços baixos e por causa da oferta maior do produto em função da safra. Essa situação foi agravada com a crise da Parmalat", diz. (Fonte: Mapa e OCB)

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