CARNE BOVINA: Rússia não deve aumentar compras do Brasil
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O ministro da economia
da Rússia, German Gref, não deu indicações de que
seu país atenderá a demanda brasileira por uma cota única
para exportar carnes à Rússia. Mas, disse ele, às vésperas
de reunião bilateral em Genebra, os exportadores brasileiros podem ocupar
as cotas não preenchidas por outros países. A reunião entre
Brasil e Rússia, prevista para amanhã em Genebra, terá
a participação do secretário-executivo do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Márcio
Fortes. "Estabelecemos cotas globais e não podemos dar uma cota
maior para um só país'', argumentou o ministro russo. "Mas
temos regras flexíveis sendo adotadas. Se um país não completar
suas cotas para o mercado russo, podemos dar essa parte para outros países
que estariam dispostos e com a possibilidade de completar o volume das cotas".
Cotas não preenchidas - Segundo Gref, é isso
que pode ocorrer com o Brasil, já que o país vem ampliando suas
exportações de carnes para a Rússia, "ainda mais que
o Brasil tem alta competitividade e preços muito bons". O Brasil
já ocupou cotas não preenchidas por outros países que exportam
ao mercado russo nos últimos anos. Atualmente, o país não
tem cota própria e disputa com nações concorrentes as vendas
à Rússia numa cota denominada "outros". Além
de mais acesso para suas carnes, o Brasil quer derrubar barreiras para o açúcar
e outros produtos na Rússia, em troca de seu apoio à entrada de
Moscou na Organização Mundial do Comércio (OMC). O problema
é que a Rússia deu a grande parte de seu mercado de carnes para
Estados Unidos e União Européia, esquecendo os outros países
com os quais terá de negociar. Os russos reclamam agora que estão
sendo cobrados de maneira "desleal" por vários países,
para poder entrar na OMC. Ainda assim, o governo diz ter expectativas de aderir
à OMC até dezembro, algo que muitos negociadores consideram improvável.
(Valor).