C.Vale aposta no mercado de frango
O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, ainda terá de tomar muitas decisões até sexta-feira (8), quando será inaugurada em Palotina, oeste do Paraná, a segunda etapa do complexo avícola da cooperativa. Na segunda-feira (4), após a realização da Assembléia Geral Ordinária do Sistema Ocepar, Lang falou com a jornalista Marli Lima do Jornal Valor Econômico, quando afirmou que esperava resposta do governo federal para saber quem representará a presidente Lula na cerimônia em Palotina, já que ele havia confirmado presença, mas viajará a Roma para o funeral do papa João Paulo II. O que Lang já decidiu é que revelará mais planos para o frango, produto que no ano passado representou 20% do faturamento de R$ 1,28 bilhão e, em 2006, deverá responder por 40%. Veja a seguir o teor da matéria que, inclusive, foi assunto de chamada de capa do jornal na edição desta terça-feira (5).
Investimentos - A C.Vale, segunda maior cooperativa do Estado, iniciou há um ano e meio o projeto que está sendo concluído agora. Na época, os investimentos previstos eram de R$ 195 milhões, mas a alta do preço do aço elevou os gastos para R$ 240 milhões. O valor foi usado para dobrar o abate de 150 mil aves por dia para 300 mil (R$ 60 milhões), construir unidade para produção de cortes industrializados (R$ 60 milhões), uma fábrica de rações (R$ 35 milhões), uma desativadora de enzima de soja (R$ 5 milhões) e 400 aviários (R$ 80 milhões). A cooperativa entrou na avicultura em 1997 e passou sete anos anos sem aumentar a produção. Mas Lang adiantou que novas ampliações já estão previstas, e toda a infra-estrutura está preparada para atingir o abate de 500 mil frangos por dia a partir de 2010. Quando atingir esse volume, o que exigirá investimentos em máquinas e equipamentos, a C.Vale irá gerar 6,1 mil empregos diretos e 2,1 mil terceirizados.
Ranking - Com o abate de 300 mil frangos por dia, a C.Vale já sobe para o topo do ranking de maior abatedouro de frango do Paraná, ultrapassando a Copacol, com capacidade para 280 mil frangos por dia. Essas duas cooperativas, junto com outras quatro do Paraná (Coopavel, Lar, Copagril e Cooperaves) estarão abatendo até o fim do ano cerca de um milhão de aves/dia, segundo a Ocepar. Lang contou que atualmente a cooperativa tem empregados que moram nas cidades vizinhas e percorrem 70 quilômetros para chegar ao local de trabalho, a exemplo do que acontece nas grandes capitais. "Com as ampliações previstas, teremos de buscar gente que vive a mais de 100 quilômetros de distância", prevê o executivo.
Inauguração - Nos últimos dias, Palotina tem acompanhado a finalização das obras e a preparação da inauguração. Semana passada, 18 carretas com contêineres de equipamentos vindos da Holanda para a unidade de cortes cozidos, fritos e assados de frangos desfilaram pela cidade. Lang disse que ela terá capacidade inicial para processar 20% do que for abatido, e que para essa quantidade já tem venda garantida para os próximos 15 anos em dólar, para países como Japão, Inglaterra e Alemanha. A unidade dará segurança também em caso de problemas sanitários, porque as restrições são maiores para carnes cruas. Hoje, metade da produção de frango da C.Vale vai para o mercado externo e a outra metade fica no Brasil. A meta agora é exportar 70% do total.A C. Vale tem 7.630 cooperados, no Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraguai, que produzem soja e milho, os principais alimentos das aves. Até novembro de 2003 era chamada de Coopervale, mas também por causa do frango mudou de nome, porque desde 1997 o produto ia para as gôndolas como C.Vale.