Brasil quer incluir trigo na lista de exceções do Mercosul

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O peso do preço do trigo sobre os índices de inflação poderá levar o governo a reduzir as barreiras para importação de outros fornecedores, além da Argentina. Mas a decisão sobre o assunto ficará para dezembro, decidiu ontem o comitê de gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex). Um estudo do Ministério da Fazenda mostra que a decisão do governo argentino de criar, em abril, um imposto de exportação de 20% sobre as vendas dos triticultores daquele país está contribuindo para aumentar os preços, já pressionados pela quebra de safra dos principais países produtores. Nas últimas semanas, as tentativas de fazer com que o governo Duhalde isentasse do imposto as vendas ao Brasil se transformaram em nova fonte de atritos entre os dois governo.

Dúvidas - O embaixador do Brasil na Argentina, José Botafogo Gonçalves, tentou negociar a queda do imposto, e chegou a sugerir, também sem sucesso, que o Brasil pudesse acionar a resolução 69 do Grupo Mercado Comum - órgão executivo do Mercosul - segundo a qual um país pode facilitar a importação de determinado produto, desde que sujeito a cotas para entrada no mercado interno. A missão de Botafogo foi dificultada por divergências dentro do próprio governo brasileiro: enquanto a equipe econômica, Ministério da Fazenda à frente, defendia a abertura para importação de outros fornecedores, os ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores desaconselharam o endurecimento nas negociações com os argentinos. A recusa do governo Duhalde em negociar deixou, como alternativa ao Brasil, a inclusão do trigo na lista de exceções à tarifa externa comum, o que depende também de aceitação por parte dos argentinos. Como a lista de exceções (de 100 itens para cada país) deveria acabar no fim do ano e os sócios do Mercosul defendem sua permanência, ainda que reduzida, o Brasil poderá, na reunião do bloco, em dezembro, concordar com a proposta de manutenção da lista, e exigir a inclusão do trigo. (Fonte: Jornal Valor).

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