Brasil precisa de US$ 500 bi em energia até 2030

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A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que o Brasil precisará de US$ 500 bilhões em investimentos no setor de energia, petróleo e gás para atender ao crescimento anual de 3,2% no consumo de energia projetado para o período de 2001 a 2030 e de 7% para a demanda de gás. Desse total, US$ 330 bilhões terão que ser investidos, segundo a AIE, em projetos de energia, especificamente para construção de novas plantas e ampliação dos sistemas de distribuição e transmissão. O restante terá que ser direcionado para os setores de petróleo e gás. As projeções, feitas com base em modelos econométricos da AIE, foram apresentadas pelo chefe da divisão de países não-membros da AIE da Ásia e América Latina, Norio Ehara, que participou ontem de seminário "As reformas nos setores elétrico e de gás natural no Brasil" na Confederação Nacional do Comércio. Pelos cálculos da agência, o Brasil teria que investir anualmente US$ 17,2 bilhões. Isso é quase o triplo do orçamento anual da Petrobras, maior investidora do país, que prevê uma média de US$ 6,6 bilhões por ano no Plano Estratégico 2004-2010, sem contar US$ 1,1 bilhão destinados à área internacional.

Investimentos - Atualmente, o Brasil é o maior consumidor de energia da América Latina, décimo maior do mundo e quarto maior se forem contabilizados apenas os países não membros da AIE, o que coloca o país atrás apenas da China, Rússia e Índia. Na palestra, Ehara lembrou que o Brasil foi o maior receptor de investimentos do mundo entre 1990 e 2001, no rastro da privatização, mas lembra que esse processo foi interrompido pela crise de energia. "O crescimento dos futuros investimentos privados em energia no Brasil dependerá da capacidade dos mercados de eletricidade, petróleo e gás de promoverem as condições necessárias de estabilidade e confiabilidade", disse Ehara, alertando que, se faltar clareza regulatória, poderá haver retração de investimentos. Quanto aos aumentos do preço do petróleo ao longo desse ano, o executivo da AIE preferiu não estimar em que patamar os preços podem se estabilizar. "O mercado é um monstro que ninguém controla", brincou. Ele observou que existem muitas variáveis influenciando preços, como a demanda da China e o crescimento dos países da OCDE, somados aos problemas políticos no Oriente Médio. (Valor)

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