Brasil, pode definir rumo dos transgênicos

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É uma questão de tempo. Por motivos econômicos, o Brasil deve acabar indo para a soja transgênica. Essa afirmação foi feita por Jon Ratcliff, executivo da Food and Agricultura Consultancy Services, do Reino Unido, que na semana passada participou de um simpósio internacional sobre alimentação animal em Lexington (Kentucky, EUA). Ele afirmou que os poucos países produtores de soja não transgênicos, além do Brasil, como o Canadá, cobram ágios muito elevados para o fornecimento do grão e farelo convencional. Ratcliff afirma que a propalada resistência do consumidor europeu aos transgênicos não é como a imprensa tem mostrado. “No Reino Unido o que o consumidor quer é alimento barato”, frisou. Outra constatação é que a Argentina, grande produtora de transgênicos, em vez de perder mercado está aumentando consideravelmente a exportação de farelo.

O medo x importações européias - Quadro comparativo publicado pelo jornal Valor de hoje (9), tendo como fonte o USDA, mostra que entre 1998 a 2002 os europeus ampliaram de 6,5 milhões para 9,9 milhões de toneladas as importações de farelo de soja com origem na Argentina, enquanto as importações com origem no Brasil subiram de 7,3 milhões para 9,4 milhões de toneladas. Se os europeus quisessem apenas farelo produzido com soja não transgênica, deveriam ter importado mais farelo brasileiro, o que não ocorreu.

Uma oportunidade e um risco - Inge Russel, especialsita em biotecnologia da Heriat-Watt University, de Edimburgo (Escócia), também avalia que os europeus terão que aumentar sua política para os transgênicos e quando isso acontecer, os países que plantarem grãos não modificados terão vantagens. “É possível que o Brasil perca algum mercado se liberar os transgênicos. Mas corre o risco de perder um mercado ainda maior se não estiver no jogo”, afirma o cientista. Por outro lado, o presidente da Alltech, Pearse Lyon, aconselha que o Brasil não deve aderir aos transgênicos enquanto o mundo ainda não se definir sobre o assunto. Afirma que as vantagens competitivas do Brasil dão tranqüilidade para os produtores continuarem produzindo a soja convencional.

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