Brasil e Argentina pretendem padronizar produção de trigo

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Representantes das cadeias brasileira e Argentina do trigo articulam um programa de padronização da produção do cereal para facilitar as exportações do Cone Sul. Também seria uma forma de sustentar os preços e de escoar o excedente produzido, segundo Francisco Samuel Hosken, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). A parceria pode favorecer o Brasil, que não tem tradição exportadora. "O Brasil demonstrou, nos últimos anos, sua potencialidade no agronegócio e há interesse na exportação de trigo do Cone Sul", disse Hosken. A evolução da produção brasileira, nos últimos anos, foi vista com preocupação pelos argentinos, que até 2003 exportaram 80% de sua produção ao Brasil. Neste ano, a fatia caiu para 54%.

Critérios - Mariano Otamendi, presidente da Asociación Argentina de Productores de Trigo, disse que a produção no país vizinho é estimada em 14,2 milhões de toneladas na safra 2004/05, o que deve gerar um excedente exportável de 1,1 milhão de toneladas. "O perfil de consumo está mudando e os dois países devem construir critérios para exportar o excedente", disse. O Brasil deverá produzir 6,04 milhões de toneladas e importar 5,25 milhões de toneladas na safra 2004/05, para um consumo de 10 milhões, de acordo com a Conab. Márcio Augusto da Silva Júnior, técnico da Conab, disse que a exportação é a medida ideal para escoar a safra e sustentar os preços internos e que, enquanto isso, o governo aposta nos leilões de PEP (prêmio de escoamento da produção) para reduzir o volume no Sul e facilitar a entrega no Nordeste. A meta é escoar 600 mil toneladasmas, até agora, só foram comercializadas via leilões de PEP 30 mil toneladas pelo sistema. (CB)

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