Brasil consolida liderança no mercado externo de aves
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A gripe aviária até agora tem sido benéfica ao país, neste ano, a participação do Brasil no mercado internacional de carne de frango está crescendo, graças ao avanço sobre mercados antes atendidos pela Ásia. De acordo com dados da União Brasileira de Avicultura (UBA) e da Abef (reúne os exportadores), as exportações brasileiras de frango devem atingir 2,9 milhões de toneladas em 2005, ante 2,4 milhões no ano passado. Entre janeiro e outubro, os embarques cresceram 17,7 %. "O frango brasileiro ganhou destaque por ser um produto livre de risco da gripe aviária", afirma Clóvis Puperi, diretor-executivo da UBA. Para ele, enquanto a doença não chegar ao país, haverá espaço para as vendas no mercado externo. Puperi observa que o país ganhou espaço principalmente a partir de 2003, quando os países da Ásia registraram os primeiros casos da gripe aviária e começaram a perder participação no mercado internacional.
Preços - Puperi ressalta que um dos principais efeitos da gripe aviária tem sido o aumento dos preços internacionais. Segundo dados da Secex, o preço médio da carne de frango exportada pelo Brasil subiu 32,9% em outubro frente a igual mês de 2004, ficando em US$ 1.319,70 por tonelada FOB (free on board). A produção nacional cresceu 8,86% entre janeiro e outubro, para 7,64 milhões de toneladas, sendo que a produção para consumo no mercado interno aumentou 5,88%, para 5,34 milhões.
Precaução - A Sadia informou que está reforçando o controle sanitário. A partir deste mês, toda visita a granjas foi proibida. Nas instalações industriais, o acesso é restrito e só permitido após quarentena. Os veículos que chegam às indústrias também passam por processo de desinfecção. As aves, serão submetidas a maior número de exames de sangue para controle do status sanitário. As mesmas exigências foram impostas aos produtores integrados à empresa. Érico Pozzer, presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), diz que as indústrias paulistas já estão promovendo uma série de ações para aumentar a segurança das granjas, como a quarentena, restrição de visitas, desinfecção de caminhões, proibição de criação de aves por funcionários das granjas. "As empresas também negociam com seus vizinhos o fim da criação de aves nas pequenas chácaras", diz Pozzer. Também está proibida a produção, pelos avicultores integrados, de aves aquáticas (patos, gansos e marrecos), hoje principal agente de transmissão da doença no exterior. (Valor Econômico)