Bolsa de Chicago deve instalar escritório no Paraná em 2005

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O escritório da Bolsa de Chicago pode ser aberto ainda no primeiro trimestre de 2005, caso andem rapidamente as negociações dos agentes de mercado dos Estados Unidos com o Banco Central e os ministérios dos Transportes e Agricultura. A primeira rodada de negociações para a instalação no país de uma sucursal da bolsa de mercadorias que define os preços internacionais das commodities agrícolas está marcada para hoje, em Brasília. A informação é do presidente da Bolsa de Chicago, Charles Carey, que visitou ontem o Porto de Paranaguá. Assim, a partir de um escritório no seu principal porto exportador de produtos agrícolas, o Brasil poderá definir o preço da soja que vende aos EUA, à Europa e à China. Hoje, os grãos produzidos no Brasil seguem as cotações e tendências definidas em Chicago. “Com as negociações no Brasil, serão formatados contratos condizentes com as necessidades locais”, comenta Carey. O presidente da Bolsa de Chicago diz que a concretização da sucursal brasileira vai depender de vontade política tanto do Brasil quanto dos EUA. “Há mudanças de regras envolvidas”, explica.

Vantagem - A principal vantagem de um mercado de contratos futuros de soja, de acordo com consultores do setor agrícola, é a possibilidade de o produtor rural ter a garantia de preço mínimo para a lavoura que ainda está sendo plantada. Ao fazer a cobertura, vendendo seu produto no mercado futuro a um preço estipulado, ele evita perdas com a redução da cotação mundial do grão. Apesar de o mercado futuro ser uma opção que garante um pouco mais de segurança aos produtores agrícolas, poucos agricultores brasileiros usam o mercado “virtual”, no qual são negociados contratos em papel, e não a soja propriamente dita. De acordo com analistas do agronegócio, isso ocorre porque o custo de envio ao exterior, para compra de contratos em Chicago, é muito alto. É no barateamento da operação de compra e venda de contratos que o BC pode colaborar para a instalação do escritório local da Bolsa de Chicago. "A grande dificuldade das cooperativas é vender com prazo acima de 12 meses", afirma o presidente da Cooperativa Agrícola Mourãoense (Coamo), José Aroldo Galassini. "Agora, finalmente poderemos negociar nossos produtos no mercado futuro". Gallassini foi um dos principais responsáveis pela aproximação dos diretores da Bolsa com o governo do Paraná.

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