BNDES deve decidir prorrogação de dívidas

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Agricultores afetados pela seca no Sul conseguiram um ano a mais para pagar investimentos em tratores, colhetadeiras e projetos voltados para solo, pasto, armazéns, fruticultura, tratores e floricultura, entre outros. Já quem se endividou para investir em máquinas e equipamentos agrícolas terá de aguardar mais um pouco. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve decidir hoje (29) o alongamento de cerca de R$ 1,5 bilhão em dívidas de agricultores que tomaram empréstimos da instituição no âmbito do programa Finame Agrícola Especial (para bens de capital agrícolas), linha sem equalização de juros pelo Tesouro Nacional. Outros programas de fomento, principalmente o Moderfrota, com taxas baixas compensadas pelos cofres da União, já têm ordem do BNDES para a revisão de prazos.

Seca no Sul - A medida visa compensar agricultores afetados por fatores climáticos, sobretudo os produtores afetados pela seca na região Sul. Pleito do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o alongamento abrange até então cerca de R$ 2 bilhões, podendo chegar a R$ 3,5 bilhões após decisão da diretoria do banco, com reunião marcada hoje. O BNDES enviou quinta-feira carta aos agentes repassadores solicitando o prolongamento do prazo da dívida de agricultores que tomaram recursos do Programa da Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Complementos e Implementos Associados e Colheitadeiras. Chamado de Moderfrota, o programa cobra 9,75% de juros anuais, para clientes com receita de até R$ 150 mil, a 12,75%, para empresas com faturamento acima deste valor. Para outra linha, o Finame Agrícola Especial - destinado a máquinas e equipamentos - a taxa é de 13,95%.

Tesouro paga diferença - O Tesouro garante a cobertura da diferença entre o custo de captação e o oferecido pelo BNDES a seus clientes somente no caso do Moderfrota. Como no segundo caso não acontece o mesmo, o alongamento das dívidas ainda não foi aprovado pelo banco. O Finame Agrícola - origem de todos o programas no setor - desembolsou no ano passado R$ 4,5 bilhões, dos quais R$ 2,360 bilhões foram no âmbito do Moderfrota e outros R$ 1,927 bilhões compuseram a carteira da linha especial voltada somente para máquinas e equipamentos. Já o custeio, como a compra de sementes e insumos para a safra de verão, será renegociado diretamente com o Banco do Brasil, de acordo com o ministro da Agricultura. Neste caso, os beneficiados serão os agricultores dos municípios onde a produção caiu mais de 50%. Os agricultores poderão pagar 20% da dívida e renegociar o restante de três a cinco anos. (Fonte: Gazeta Mercantil).

Safra menor – O ministro Roberto Rodrigues afirmou que a estiagem do Sul é “localizada e gravíssima”, e que poderá levar o Brasil a uma safra ainda menor do que as 119 milhões de toneladas previstas logo após a quebra da produção gaúcha e que já representaria uma perda de 4 milhões de toneladas em relação ao resultado de 2004. Em entrevista após a abertura do 5.º Seminário Internacional do Café, no Rio, Rodrigues disse que os produtores de áreas consideradas de calamidade pública por causa da quebra de safra, poderão ter alongadas dívidas relativas a investimentos financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em até R$ 3,5 bilhões. (Folha de São Paulo).

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