BID: Em 15 anos, emergentes vão liderar expansão global
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O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, afirmou que em 15 anos 68% da expansão econômica global será gerada pelos países emergentes. Ele destacou que, no caso do Brasil, se o seu nível de expansão for mantido em duas décadas, a classe média deverá passar de 105 milhões para 144 milhões de pessoas. "O País avançou muito. Cerca de 40 milhões deixaram a pobreza desde 2003", destacou.
Essenciais - Para Moreno, duas estratégias adotadas pelo governo brasileiro desde 2003 estão sendo essenciais para melhorar os indicadores sociais e econômicos. Um deles é o avanço dos programas sociais, como o Bolsa Família. Além disso, segundo ele, o governo adotou uma postura rigorosa na gestão fiscal e monetária, com o objetivo de manter a inflação sob controle. Ele citou que a alta excessiva dos preços é o principal fator que ataca a renda das famílias, especialmente as mais simples.
Crise internacional - O presidente do BID concordou com o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, que disse no fim de semana que a crise econômica internacional está numa "fase perigosa". Moreno indicou que há o temor de que os atuais problemas enfrentados por governos na gestão de suas dívidas públicas possam acabar afetando a saúde de bancos comerciais. "Esta crise está mais concentrada em torno da dívida soberana. Mas certamente este problema tem capacidade de se estender sobre o sistema financeiro", afirmou Moreno.
Momentos difíceis - Moreno disse que o mundo está passando por um momento muito difícil, pois todos os países estão interconectados e será necessário aguardar os próximos meses para avaliar os impactos que a crise pode trazer aos países emergentes. "Independente do nosso sucesso em alcançar estabilidade macroeconômica e crescimento bom, há muitos efeitos da crise sobre nós", comentou referindo-se aos países em desenvolvimento.
Aprendizado - Ele comentou que os países desenvolvidos podem aprender com as nações da América Latina quanto à gestão econômica em momentos de crise. "Nos últimos 25 anos ocorreram 31 crises financeiras. A capacidade de decisão dos países da América Latina é mais forte do que a de países em desenvolvimento", afirmou. Muitos analistas internacionais nos EUA e Europa vem apontando que as lideranças políticas não estão trabalhando com a rapidez necessária para atacar os problemas econômicos que estão envolvidos.
Gestão macroeconômica - O presidente do BID destacou que os países da América Latina devem utilizar os principais instrumentos de gestão macroeconômica, especialmente os de ordem fiscal e monetária, para se proteger dos impactos da crise econômica mundial. (Agência Estado)