AULA INAUGURAL: Falta de investimentos pode afetar crescimento
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Se não houver investimentos maciços na melhoria da infra-estrutura nos próximos quatro anos em todo o Paraná - e no Brasil - o agronegócio poderá sofrer impactos profundos, prejudicando até mesmo o ritmo de crescimento. É essa visão que o superintendente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken, passou durante aula inaugural aos alunos do curso de pós-graduação sobre Qualidade no Armazenamento de Grãos, na noite de sexta-feira (13/06), no auditório da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), campus Toledo.
Armazenagem - "Hoje nosso grau de armazenagem não é suficiente para nossa capacidade produtiva", disse Ricken, lembrando que as cooperativas têm procurado reduzir esse déficit. Do R$ 1,350 bilhão de investimentos no ano passado, R$ 340 milhões foram aplicados diretamente em armazenagem, o segundo maior investimento, atrás apenas da agroindústria. Para o superintendente da Ocepar, caso o ritmo de crescimento brasileiro se mantenha entre 5% e 6% ao ano, "certamente teremos problemas sérios de logística", destacou, citando o Porto de Paranaguá como um gargalo e que pode sim sofrer o que classificou de "apagão". Ricken disse também que é preciso melhorar as ferrovias brasileiras como um todo "porque não podemos imaginar que mais de 60% da safra esteja sendo escoada em cima de caminhões", frisou, lembrando que é preciso haver uma melhoria dos modais como um todo e citou ainda a hidrovia como uma alternativa para reduzir os custos e agilizar o escoamento da produção paranaense.
Expansão - Durante sua exposição, José Roberto Ricken deu um panorama do agronegócio brasileiro e a participação do Paraná nesse cenário. O destaque foi a busca das cooperativas paranaenses em agregar valor ao produto agropecuário. "Para conquistar novos mercados não basta produzir milho e vender milho", disse, completando em seguida: "é preciso oferecer um produto de qualidade e com melhor preço". Ciente de que a área cultivável no Paraná está quase no limite, Ricken explicou que só será possível aumentar a produção paranaense de grãos com investimentos em pesquisa e citou o arenito, no Noroeste do Estado, como sendo hoje a única área disponível para novas culturas, embora reconheça que há fortes problemas climáticos para isso.
Aposta - "Estamos apostando muito nesse curso". Dessa forma o superintendente da Ocepar definiu o sentimento da entidade em relação á parceria estabelecida com a PUC. A coordenadora do curso, professora Maria Cristina de Paula, lembrou que esse é um grande desafio para a Ocepar e para a própria PUC e que o objetivo é "investir na qualificação das pessoas que trabalham com o pós-colheita". (Jornal do Oeste)