Ativos ambientais fazem do paraná um mercado internacional
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A tradição na área de reflorestamento e o desenvolvimento de projetos na geração de energia alternativa fazem do Paraná um forte candidato a liderar o processo de seqüestro de carbono no País. A afirmação é do secretário de Políticas Estratégicas e Desenvolvimento Científico do Ministério da Ciência e Tecnologia, Jorge Guimarães, que na semana passada participou de um debate com empresários sobre a realidade e as oportunidades do mercado de créditos de carbono no Brasil. Durante um seminário realizado pelo Centro de Estudos Jurídico-Empresariais (Cieje), Guimarães disse que o ativo ambiental paranaense (reflorestamento, energia eólica, biodisel, biomassa e energias limpa) pode se transformar em uma grande fonte de riqueza econômica e de preservação. Segundo Guimarães, o governo estuda a possibilidade de utilizar recursos do Fundo de Agropecuária, que este ano disponibiliza R$ 30 milhões, para financiar projetos nesse setor.
Potencial - Para o empresário e professor da Universidade Federal
do Paraná (UFPR), Joésio Siqueira, da STCP Engenharia de Projetos
Ambientais, para ter vantagem competitiva quando o negócio se tornar
oficial, é preciso se antecipar. Para Letícia Cardoso, advogada
do departamento Ambiental da Vanzin & Penteado e coordenadora técnica
do Cieje, o potencial do Paraná se traduz e pode ser aproveitado nas
duas vertentes prevista no Protocolo de Quioto, que são as áreas
de reflorestamento e também da energia alternativa, gerada a partir do
bagaço de cana-de-açúcar e de resíduos da indústria
madeireira e moveleira. Conforme dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente,
o Paraná possui uma área reflorestada de 600 mil hectares. Outro
assunto em pauta durante o seminário foi o biodiesel, que começa
a ganhar destaque em todo o País com projetos desenvolvidos tanto pela
iniciativa privada como pelo poder público. A grande vantagem do Paraná,
segundo a advogada, é a utilização da soja na fabricação
do biodiesel. "Temos matéria prima em abundância, sendo exportada
como commodities, mas que pode ser transformada aqui mesmo." A safra 2002/2003
de soja no Paraná foi de 10,75 milhões de toneladas. Agora, explica
Letícia Cardoso, é preciso garantir a produção,
porque a demanda existe.