Assosuper denuncia concentração no varejo
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Em documento enviado aos membros do conselho diretor, a Assosuper - Associação Paranaense de Fornecedores de Supermercados, denuncia que enquanto a concentração do varejo alimentício no Brasil gira em torno de 40%, em Curitiba quatro grandes redes ficam com 80% do mercado, o que acaba gerando uma série de distorções no mercado. "A continuar esse ritmo sem disciplina e nem controle por parte do Estado, os empresários paranaenses acabarão sendo inquilinos em seu próprio país, colocando-se a serviço do desenvolvimento das empresas internacionais, tanto do varejo quanto da indústria", afirma o documento.
Transferência - "Estamos vivendo um longo período de transferência de riquezas das indústrias para o varejo, embutidas em contratos de adesão com cláusulas leoninas que só contemplam vantagens para os supermercados sob as mais variadas rubricas, como rapel, bonificações, espaço nas lojas, verba de propaganda, taxa de logística, limpeza, arrumação das lojas e tantas outras. Quem vende para os supermercados não negocia, paga para vender. Tanto que abrem lojas suntuosas por todos os lados e fecham-se indústrias a todo o instante, num processo perverso de aniquilamento gradual da economia local", afirma a Assosuper. O documento também denuncia que mais de 90% das compras dessas grandes redes é feita fora do Paraná, desestruturando a indústria local.
Terra sem dono - A Assosuper diz ainda que "aqui parece uma terra
sem dono. Montam loja onde querem e da forma que idealizam, sempre atendendo
seus interesses apenas. São forasteiros que colhem sem plantar. Viram
as costas para os consumidores. Mas gritam em alto e bom som que vendem barato
e defendem a economia regional. Puro marketing. Promovem 100 ou 200 itens, sempre
com verba dos fornecedores e vendem os demais itens pelo preço que querem.
E o consumidor é obrigado a comprar porque não há outra
alternativa com a mesma gama de produtos. Dizem que compram produtos regionais.
Dizem, mas não fazem. Somando tudo o que compram regionalmente, não
atinge nem 10% do total". O documento conclui mostrando que a posição
da associação é competir, "mas com regras que possibilitem
às micros, pequenas, médias e grandes empresas participarem. Buscamos
oportunidades para todos, democraticamente. Lutamos pela inclusão social".