Cooperar,
o verbo que precisamos conjugar
João
Paulo Koslovski (*)
Neste sábado, dia 2 de julho, comemora-se no mundo todo o Dia Internacional
do Cooperativismo. E a cada data, podemos afirmar, no Brasil notamos fantásticas
evoluções nos mais diferentes ramos do cooperativismo nos
últimos anos.
A participação das sociedades cooperativas no contexto sócio-econômico
brasileiro é uma realidade e desponta com uma excelente alternativa
para milhares de cidadãos, que muitas vezes estão à
margem na sociedade ou sem condições de ter um emprego digno.
Amplia-se a ação das cooperativas na área de crédito,
tanto no campo rural como no urbano, desempenhando um papel significativo
de aporte de recursos financeiros ao setor produtivo.
Na área da saúde, as Unimeds e Uniodontos são líderes
no número de usuários dos planos de saúde, numa prestação
de serviços de qualidade, contribuindo de forma decisiva na prestação
de serviços pelo Estado através do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Igualmente ramos como o educacional, o de trabalho, de consumo, de habitação,
de infra-estrutura, entre outros, têm expressiva e crescente participação
na sociedade.
O ramo agropecuário, o mais expressivo do setor cooperativista,
participa atualmente com mais de 30% de toda economia agropecuária
do Brasil e vem agregando ano após ano, cada vez mais valor a produção
primária através da agroindustrialização das
pequenas comunidades, viabilizando cidades e regiões antes esquecidas.
Ainda que as cooperativas tenham uma boa participação nos
diferentes setores produtivos do País, o número de cooperados
de apenas 6,159 milhões, que representa 3,34% da população
brasileira, é muito pequeno quando comparado com países
desenvolvidos como Alemanha, Espanha e Japão, entre outros.
Pela filosofia, pela ideologia, pelos princípios e, sobretudo,
pela democracia que traz na sua forma de agir, o verbo cooperar precisa
ser conjugado por mais brasileiros ainda.
Acreditamos que a prática de políticas mais consistentes,
que permitam estimular e apoiar ações de cooperativismo
nos seus diversos ramos, pode ser o diferencial para termos no Brasil
mais cooperativas e cooperados.
Nós, cooperativistas, temos o dever e a obrigação,
além de motivarmos pessoas em conhecer mais esta filosofia, cobrarmos
das autoridades um maior apoio ao desenvolvimento deste sistema. Aliás,
a própria Constituição, em seu artigo 174, parágrafo
II, prevê que a lei deve estimular o cooperativismo e outras formas
de associativismo.
Neste 83º Dia Internacional do Cooperativismo, o nosso desafio é
que todos aqueles que fazem parte desta grande família cooperativista
promovam ações visando estimular pessoas a vir fazer parte
do cooperativismo. Assim, teremos uma sociedade mais justa, solidária
e muito mais feliz.
Por isso lançamos o desafio para que, juntos, possamos conjugar
o verbo cooperar, o qual representa a esperança de dias melhores
para milhares de pessoas.
(*) Presidente do Sistema Ocepar
|