APRENDIZAGEM I: Capacitação gera renda e qualidade de vida no campo
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De 2000 até 2010 o número de participantes nos cursos de formação profissional promovidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Paraná) teve aumento de 245,8%, passando de 49.521 para 171.253. Já entre os participantes de cursos de promoção social, foi registrado um acréscimo de 267,2%, chegando a 31.962 no ano passado, em comparação aos 8.705 de 2000. Esses índices mostram a crescente busca do produtor e trabalhador rural pela formação profissional.
Demanda - Essa preocupação vem ao encontro de uma demanda cada vez mais presente no meio rural: a falta de mão de obra qualificada. Pesquisa realizada pelo Senar, em 30 municípios do Estado, apontou que 53% dos produtores consultados tem dificuldade de contratar funcionários. Além disso, 72% afirmam ter necessidade de capacitar seus funcionários. As maiores demandas foram: serviços gerais da agricultura, com 16,5% do total; operação e manutenção de máquinas e equipamentos agrícolas, com 13,4%, e bovinocultura de corte e leite, com 6,3%.
Administração - Presente no Paraná desde 1993, o Senar promove, em média, 1 mil treinamentos e cursos por mês. ''As propriedades precisam ser administradas como empresas e, para tal, a capacitação é muito importante'', avalia Elcio Chagas da Silva, gerente técnico do Senar. A capacitação na área de gestão foi um dos destaques em 2010. No total, foram 748 participantes, um aumento de mais de 200% em comparação a 2009. Essa capacitação possibilita aos produtores saber como administrar os recursos disponíveis, qual produção é mais segura no momento e qual a técnica mais indicada de cultivo. ''O empreendedorismo resulta em maior rentabilidade e melhor uso dos recursos por parte do agricultor'', conclui.
Tendência - De 2000 a 2010, o volume de carga horária cresceu 359,5%, passando de 58.574 para 269.145 no ano passado. ''Essa é a tendência de busca por mais conteúdo de formação por parte do produtor. Os agricultores têm cada vez mais necessidade dessa especialização na atividade, pois precisam estar próximos da tecnologia e atuar na gestão de qualidade da atividade'', salienta. Silva avalia que, nos últimos anos, foi observado o crescimento da participação da mulher e o aumento da escolaridade dos participantes. Segundo ele, a maior escolaridade é reflexo do aumento no número de jovens aderindo à atividade agropecuária, da maior abrangência dos cursos e da expansão da cultura de atualização profissional.
Emater - Em maio deste ano o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) completou 55 anos de atuação no Paraná. Atualmente, 850 extensionistas se dedicam à missão de promover o desenvolvimento sustentável por meio da transmissão de conhecimentos técnicos ao agricultor nas 395 unidades espalhadas pelo Estado. ''A extensão faz educação informal no campo, com o objetivo de melhorar a renda e a qualidade de vida do agricultor e preservar do ambiente'', ressalta o diretor técnico do Emater, Natalino Avance de Souza.
Porta de entrada - Ele define o Emater como o braço do governo no campo e, consequentemente, a porta de entrada dos programas e políticas públicas voltados aos moradores rurais. ''O nível técnico dos agricultores do Paraná tem melhorado muito. Não é de graça que o Estado é o maior produtor de grãos do País'', avalia. Segundo Souza, o Emater possui dois pilares: trabalho com políticas governamentais e orientação do sistema de produção. ''O desafio do extensionista é compatibilizar as duas linhas. Ele precisa estar preparado para orientar e articular'', observa. (Folha Rural / Folha de Londrina)