Appa levanta possibilidade de liberação de transgênicos
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A superintendência do Porto de Paranaguá baixou ontem uma ordem de serviço que foi interpretada por exportadores e entidades do setor agrícola como a liberação da entrada de transgênicos no porto. A Ordem de Serviço n.º 27 diz que, na hipótese de chegarem ao porto lotes de soja para estocagem e embarque sem certidão negativa de transgenia, "sejam os mesmos segregados e rotulados tal como determinam as leis 10.814 e 10.688, de modo a evitar-se a contaminação dos lotes de soja convencional e as dependências da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa)". A assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu negou que o documento represente a liberação dos transgênicos e informou que é apenas uma norma sobre que procedimento adotar em relação a cargas não certificadas. As duas leis citadas no documento são federais e estabelecem normas para o plantio e comercialização de soja transgênica nas safras 2003 e 2004 - entre outras, a rotulagem dessa produção. "Aparentemente, isso significa que poderemos exportar grãos transgênicos por Paranaguá", afirmou o diretor executivo da Associação Nacional das Exportadoras de Cereais (Anec), Sérgio Mendes. "É uma liberação", interpretou Carlos Augusto Albuquerque, assessor da presidência da Federação da Agricultura do Paraná (Faep).
Segregação
- A interpretação é que, ao determinar a segregação
e rotulagem de cargas sem certidão negativa de transgenia, a Appa estaria
admitindo a estocagem e embarque de grãos transgênicos em Paranaguá.
Até agora, a posição era a de rejeitar qualquer carga transgênica.
No dia 9 de março, cinco caminhões com soja paraguaia chegaram
a ser retidos na entrada do silo público do porto por carregarem grãos
geneticamente modificados. O diretor técnico da Appa, Ogarito Linhares,
não confirmou uma mudança de posição do porto e
do governo em relação aos transgênicos. Linhares disse que
a ordem de serviço representa um "lastro jurídico" para
a posição da Appa de evitar contaminação em suas
dependências. Ele também afirmou que o porto não tem como
segregar cargas. "Há uma impossibilidade operacional. Não
temos estrutura para isso ainda, mas poderemos vir a ter". O mercado exportador,
contudo, já comemorava ontem a possibilidade de exportar transgênicos
por Paranaguá. O diretor executivo da Anec disse que recebeu dezenas
de ligações, de exportadores de vários estados animados
com a notícia de ordem de serviço. (Fonte: Gazeta do Povo)