APASEM: Verticalização preocupa produtores paranaenses
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A verticalização, que é uma forma de ajuste nas relações comerciais entre obtentores de tecnologia de semente e os produtores, foi um dos temas da reunião da diretoria da Apasem realizada em Curitiba, na terça-feira, dia 12/07/2011. Os produtores presentes à reunião mostraram-se muito preocupados com a verticalização, que estabelece parâmetros estreitos de receita do produtor, que arca com todos os riscos de produção. Além disso, alguns obtentores insistem para que parte da semente seja tratada com seus produtos, mesmo antes da garantia de venda, o que causa um novo transtorno no caso da semente não ser vendida, que terá uma destinação ecologicamente correta, de alto custo. Ao final da reunião, o presidente da Apasem, Marcos Antonio Trintinalha, disse que vai propor à Abrasem - Associação Brasileira de Produtores de Sementes, que negocie com os obtentores visando reduzir os atuais custos de utilização da semente OGM. "A tecnologia é importante, mas é preciso haver um equilíbrio para democratizar o acesso aos produtores", frisou. Preocupa também a diretoria a concentração de plantio que está ocorrendo no Estado em algumas cultivares , o que no passado já ocasionou problemas graves de produção. "Qualquer problema sanitário ou até climático pode levar a uma grande quebra de produtividade, e isso já ocorreu no passado" disse o presidente.
Atuação limitada - Na verticalização, os obtentores definem a quantidade de semente que será multiplicada pelos produtores, o destino e o preço de venda, dessa forma definindo a receita dos produtores. O presidente da Apasem, Marcos Antonio Trintinalha, afirmou que vários os associados demonstraram grande preocupação com essa verticalização: "O produtor de semente arca com os altos custos de montagem e manutenção da UBS, campos de multiplicação de sementes, assistência técnica, mão de obra, cumprimento das normas e exigências legais, entre outros. Por isso ele não concorda com a verticalização, que aumenta sua dependência em relação aos obtentores", frisou.
Obtentores - Por outro lado, a nova política comercial para a tecnologia OGM para a safra 2011/2012, divulgada recentemente por um dos obtentores, estabelece que o agricultor que utilizar no plantio 60 kg de sementes de soja por hectare e obtiver produtividade acima de 60 sacas por hectare, deverá pagar o valor de indenização de 2% sobre a quantidade que exceder o volume do crédito de isenção, sendo que na regra anterior para esse volume de semente plantada o excesso só aconteceria a partir de 73 sacas por hectare. Como em várias regiões do Paraná a produtividade ultrapassa as 60 sacas por hectare, aumenta também o valor pago pela utilização da nova tecnologia. O diretor executivo da Apasem, Eugênio Bohatch, afirmou que "a preocupação do setor é muito grande, pois o produtor vai ficar dependente de obtentores que definirão os preços de venda das sementes e estabelecerão as regras do mercado. Para poderem multiplicar as sementes, os produtores pagam aos obtentores entre 4 a 14 kg de grãos para cada saca de 40 kg, o que equivale a um custo que varia de 10 a 35%. A conseqüência desse custo para multiplicar a semente poderá significar, segundo estima a Apasem, o aumento do plantio da semente própria pelos agricultores e o crescimento do uso da semente ilegal. (Assessoria de Imprensa Apasem)