Americanos tentam desqualificar soja brasileira

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As recentes denúncias da Imprensa e de técnicos norte-americanos de que até 60% da soja brasileira é transgênica não passam de um esforço inconseqüente para tirar a vantagem competitiva do Brasil no mercado internacional. “O crescente avanço da soja convencional brasileira, principalmente em mercados que antes compravam dos Estados Unidos, tem provocado estes ataques à credibilidade de nossas colheitas”, diz Jorge Proença, engenheiro-agrônomo do Departamento Técnico-Econômico da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP). Em artigo da Revista de Economia Internacional da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos, o economista James Stamps afirmou que parte da safra brasileira de soja já é de produto geneticamente modificado. Tanto a distribuição como a comercialização de produtos produzidos por técnicas biotecnologia são proibidos no Brasil. Mas fontes da indústria norte-americana, sem citar nenhum estudo ou levantamento confiável, avaliam que 60% ou mais da soja plantada no País sejam de variedades modificadas geneticamente.

Má-fé - James Stamps alega que as informações dão conta que produtores, principalmente no sul do Brasil, plantam soja modificada e não-registrada a partir da Argentina. O agrônomo Jorge Proença diz que esta generalização é de má-fé e sem nenhuma fundamentação. No Paraná, por exemplo, levantamentos feitos pela Secretaria da Agricultura mostram que a suposta área cultivada com transgênicos é insignificante. “Seria tolice plantar transgênicos se o mercado comprador não aceita este tipo de produto”, diz Proença. As alegações do economista americano tentam colocar em dúvida aquela que é tida como uma das maiores vantagens competitivas do Brasil pelo mercado mundial de soja, que é dispor de soja convencional. Por ser livre de soja transgênica, o País conseguiu ser o principal fornecedor da União Européia, que prefere produtos convencionais, e que acabou tirando os EUA do topo da lista dos maiores vendedores. As vendas de soja dos Estados Unidos para a União Européia caíram de US$ 2,3 bilhões em 1997 para US$ 1,1 bilhão em 2001. Os Estados Unidos são o maior produtor mundial de soja e cultivam o produto modificado, bem como Argentina, Canadá, China e outros.

Mercados exigentes - Para Jorge Proença, a alegação de que até 60% da soja brasileira é transgênica não faz nenhum sentido. “Nossa soja é exportada para mercados exigentes, como a União Européia e a Ásia, que monitoram a presença de organismos geneticamente modificados. O fato de eles continuarem a preferir a soja brasileira já é, por si só, uma prova de que as alegações são infundadas”, diz Proença. A Secretaria da Agricultura faz um controle da produção de sementes de soja no Paraná e fiscaliza também a circulação de sementes oriundas de outros estados. Todas estas sementes só podem ser comercializadas se tiverem o atestado de transgeníase – que indica se há ou não modificação genética. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja não-transgênica, oficialmente. Em 2000, somente para a UE, vendeu 7,344 milhões de toneladas (64% de grãos exportados). Em 2001, o volume cresceu para 9,701 milhões de toneladas. (Fonte: Faep)

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