Alternativas para baixar custo do crédito
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Mudanças à vista - Lula prometeu, Lula vai cumprir. Essa é a expectativa no meio cooperativista quanto às alterações que serão introduzidas na legislação que regulamenta a atuação das cooperativas de crédito. Esperam-se várias alterações a favor das cooperativas de crédito, por duas razões: primeiro porque Lula prometeu; segundo porque as cooperativas têm mostrado capacidade de atuarem como sistema organizado, que introduziu sistemas de proteção (Fundo Garantidor) e autofiscalização, acompanhados de perto pelo Banco Central. Como os problemas com cooperativas de crédito têm sido mínimos, o sistema tem alcançado credibilidade junto ao governo, o que permite novas abertura, bem diferentes de quando as primeiras cooperativas foram abertas na década de 80, cujas regras eram totalmente cerceadoras ao seu crescimento. As novas medidas do governo para as cooperativas de crédito devem ser anunciadas até o começo de julho.
Limitação - “O estímulo que o governo pretende dar às cooperativas de crédito e ao microcrédito deverá ter mais impacto social do que representar um significativo aumento da oferta de recursos ou da concorrência no sistema financeiro, o que teria repercussão na queda dos juros do resto do mercado”, afirma o Jornal Valor de hoje. Afinal, as 1.430 cooperativas existentes tinham apenas R$ 4,57 bilhões em crédito, em dezembro. Isso é pouco perto do crédito bancário, que, apesar de ter crescido apenas 13,7% nominais no ano passado, fechou dezembro em R$ 377,8 bilhões, dos quais R$ 144,3 bilhões em recursos direcionados para setores como o agrícola e R$ 144,3 bilhões em aplicações livres. A carteira das cooperativas representava apenas 1,2% desse total.
BB inicia projeto de microfinanças - O Banco do Brasil pretende iniciar os testes do novo programa de microfinanças no segundo semestre deste ano, informa o vice-presidente da área de Varejo, Edson Monteiro. Em meio a um intenso debate sobre spread bancário, Monteiro diz que o formato do microcrédito não está decidido ainda, mas lembra que existem recursos de programas do BNDES e de outras agências de fomento para o segmento. Não temos solução para o problema da taxa de juros, mas o BNDES já tem um programa de microcrédito, diz o executivo. Na semana passada, rumores de que o governo estaria disposto a usar os bancos oficiais para oferecer financiamento com taxas mais baixas abalaram o Banco do Brasil, com reflexos inclusive sobre as ações da instituição. Os executivos do banco decidiram, então, evitar o tema.
Bancos fazem reivindicações – Os bancos, que foram metralhados por estarem ficando com a parte do “leão” do crédito, têm evitado criticar o governo e, estrategicamente, enviaram seu recado através da Febraban, num documento reivindicatório: mexer nos depósitos dos compulsórios (reduzir), no fundo garantidor e nas taxas de Imposto de Renda. Quanto ao compulsório, o volume recolhido no Banco Central sobre depósitos à vista e a prazo era de R$ 85,5 bilhões em abril - 152% acima do registrado em abril de 2002 e 384,6% superior ao de abril de 2001. É um recorde da Era Real. Desde o ano passado, foram três aumentos de alíquotas. Hoje, sobre os depósitos à vista, os bancos recolhem 60% ao BC, remunerados pela TR, e outros 8% a título de depósito adicional, com rendimento da Selic. Há ainda a obrigatoriedade de aplicação de 25% dos depósitos em crédito rural, com juro de 8,75% ao ano. Os bancos também querem tornar dedutível do Imposto de Renda as provisões para créditos de liquidação duvidosa. Hoje, paga-se IR sobre o crédito inadimplente.