ALGODÃO: Abrapa divulga nota de esclarecimento
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Com a finalidade de esclarecer algumas dúvidas que pairam, devidos algumas matérias veiculadas pela imprensa sobre a questão da decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) com relação aos subsídios americanos aos produtores de algodão, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) esclarece o seguinte:
1 - O objetivo do contencioso é o mesmo desde o início:
liberar o mercado mundial de algodão das distorções causadas
por subsídios nos EEUU. Isso continua. Passamos as fases de Painel e
de apelação e agora estamos em negociação para a
implementação das recomendações da OMC pelos EEUU.
2 - A ABRAPA não pediu que o Governo retaliasse no caso
dos EEUU não cumprirem as recomendações. Esse é
um direito de todo país que ganha ação na OMC e que não
é cumprida.
3 - O Governo brasileiro não decidiu retaliar contra
os EEUU por conta do contencioso do algodão, mas reservou o direito de
retaliar caso os subsídios não sejam retirados.
4 - O valor de uma eventual retaliação não
é conhecido. Tem circulado o valor de 3 bilhões de dólares
na imprensa, mas esse foi o valor médio anual dos subsídios no
período coberto pelo contencioso. O valor é definido pela OMC,
inclusive a forma de cálculo do valor da retaliação.
5 - Os 3 bilhões foram mencionados anteriormente em
relação aos subsídios à exportação
que deveriam ter sido eliminados até primeiro de julho último.
6 - Com relação aos subsídios de apoio
interno, cujo prazo de eliminação venceu dia 21 de setembro passado,
ainda não estimativa de valor para uma eventual retaliação
(se hpouver retaliação, ela será por conta dos subsídios
à exportação e aos de apoio interno).
7 - Declaração do Ministro Furlan de que negociaria
“compensações” foram imediatamente rechaçadas
pela ABRAPA, por corresponder ao abandono do esforço de implementação
das recomendações da OMC em troca de aumento de vendas de algum
outro produto. O Governo continua com o objetivo de obter a eliminação
dos subsídios ao algodão e, na Rodada de Doha, a eliminação
de subsídios agrícolas em geral.
8 - O Governo brasileiro, através do Ministério das Relações
Exteriores, tem mantido contato contínuo com a ABRAPA na condução
de todo o processo, e continua a fazê-lo nesta fase de implementação.
Tem sido um processo de parceria e a ABRAPA apóia a forma como o MRE
vem conduzindo as negociações até agora. No passado, o
Ministério da Agricultura trabalhou com a ABRAPA na preparação
da Nota Técnica que deu as informações básicas para
a decisão do Governo de abrir o contencioso.