ALCOPAR: Fundada há 30 anos, Associação lidera setor de bionergia
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Fundada em 1981, quando o país começava a absorver a necessidade de investir na produção de álcool de cana-de-açúcar como alternativa aos derivados de petróleo, em meio a crise de abastecimento patrocinada pelos países produtores, a Associação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar) completou três décadas no último dia 13.
Evento - Para marcar a data, está prevista a realização de um evento em Maringá, com a participação de dirigentes da entidade, representantes das 30 unidades produtoras de álcool e açúcar do Paraná, lideranças nacionais do setor e de outros Estados, além de autoridades e técnicos ligados à pesquisa com cana-de-açúcar.
Esteio da economia - Em trinta anos, de um emergente e promissor segmento de destilarias nascido com incentivos do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), a atividade transformou-se em um dos esteios da economia paranaense. São 30 indústrias atualmente, que projetam fechar o ciclo 2011/12 com a produção de 1,6 bilhão de litros de álcool e 3,2 milhões de toneladas de açúcar, resultantes do processamento de 44 milhões de toneladas de matéria-prima. Tudo isso sem contar a cogeração de energia elétrica, uma série de outros subprodutos e também a indústria de biodiesel, em crescimento no Estado. Uma das principais unidades da Petrobras, nessa área, opera em Marialva, região de Maringá.
Quarta posição - Depois de permanecer por mais de duas décadas como o segundo maior centro sucroalcooleiro do país, só atrás de São Paulo, o Paraná está na quarta posição, atrás também de Minas Gerais e Goiás, onde a atividade encontrou mais espaço para expandir-se. Mesmo assim, a influência econômica e social do setor de bioenergia é percebida em mais de 140 municípios paranaenses e, só nas indústrias e canaviais, mais de 85 mil postos de trabalho são oferecidos diretamente. O avanço da mecanização da cultura se dá em regiões de expansão, sem conflito com a mão de obra. A Alcopar calcula que, considerando também os empregos indiretos, mais de meio milhão de paranaenses estejam envolvidos com a atividade.
Entidade garante conquistas - O superintendente da Alcopar, José Adriano da Silva Dias, acompanha a história da entidade praticamente desde o seu início. Segundo ele, a associação é um fórum de discussões para o desenvolvimento do setor e, também, um organismo de articulação que, ao longo dos anos, possibilitou importantes conquistas. Entre essas, a criação de empresas como a CPA, situada em Marialva, que é a maior movimentadora de álcool e açúcar do Estado, com terminal no Porto de Paranaguá; a Pasa - Paraná Operações Portuárias S.A., também com terminal de embarque próprio de açúcar a granel no Porto de Paranaguá; e a Álcool do Paraná, que opera o terminal público de embarque de álcool naquele mesmo porto. Mais recentemente, outras duas empresas foram criadas para gerenciar a construção e a operação do poliduto ligando Maringá ao porto paranaense, com extensão de 500 quilômetros, que deve ter sua obra finalizada em 2014/15. O poliduto, segundo Dias, vai eliminar o transporte equivalente a 133 mil caminhões por ano que atualmente ajudam a congestionar o trecho rodoviário.
União - "Uma das principais características dos empresários que atuam no segmento é o espírito de união", destaca Dias. Conforme ele, a atividade paranaense pode ser considerada uma referência para os demais Estados produtores. "O Paraná também teve participação muito ativa nos esforços para congregar todo o setor no país", acrescenta.
Mudanças - Nos últimos anos, lembra o superintendente, a indústria de bioenergia do Paraná passou por mudanças que, de certa forma, já eram previstas. Entre elas, a compra de pequenas usinas e destilarias por grupos maiores, e também a chegada do capital estrangeiro. Uma das mais importantes unidades da região de Maringá é, há três anos, controlada por um grande grupo indiano.
História - Em trinta anos, a Alcopar foi governada por diretorias comandadas por sete presidentes. Felizardo Meneguetti, do Grupo Santa Terezinha, foi o primeiro, presidindo a entidade de 1981 a 1986, seguido de Eliseu de Paula, da cooperativa Corol, de 1986 a 1989. Em seguida, Ricardo Albuquerque Rezende, do Grupo Sabarálcool, de 1989 a 1995. Ermeto Barea, da antiga Usaciga, de 1995 a 2000, o saudoso Anísio Tormena, da cooperativa Coopcana, de 2000 a 2010. Tormena foi sucedido temporariamente por Paulo Zanetti, da Renuka Vale do Ivaí, e Miguel Rubens Tranin, da Coopagra, eleito para o período 2010/2013. (Imprensa Alcopar)