AGROPECUÁRIA SENTE MENOS EFEITOS DA CRISE
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Os representantes do setor agropecuário, que participaram da 25 edição do Fórum de Líderes consideram que a atual crise econômica mundial causa menos impactos negativos para o setor do que o esperado pelas próprias lideranças. As altas sucessivas da cotação do dólar nas últimas semanas, se por um lado são negativas para o País do ponto de vista da dívida externa, por outro são favoráveis, principalmente ao agronegócio, que tem grande exposição ao mercado externo.
De acordo com Roberto Rodrigues, presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (Abag), reeleito líder setorial, mesmo com o aumento dos custos dos insumos, que em muitos casos tem como base o dólar, as exportações agropecuárias do Brasil ainda são superiores. "O saldo por enquanto, ainda é positivo. Até o momento as oscilações do dólar e a chamada crise não trouxeram tantos impactos para o nosso setor", diz Rodrigues.
Para Adilton Sachet, produtor de grãos e presidente da Agropecuária Sachetti e também eleito, o atual cenário econômico mundial está muito favorável ao setor. "Este é um dos melhores momentos para a soja nos últimos dez anos da produção nacional. Estamos com bom preço e a demanda está aquecida", afirma.
O produtor ainda ressalta que o momento está ainda mais favorável aos pequenos e médios produtores de soja, pois esses têm os seus custos de produção em real e estão vendendo o que produzem em dólar. "As commodities não estão sentindo a crise econômica, com uma ou duas exceções", diz ele.
O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), José Olavo Borges Mendes, afirma que 2002 ainda está indefinido. "Sabemos que a crise econômica que o mundo enfrenta é passageira, mas estamos muito otimistas, já que o setor de carne bovina possui bons preços e qualidade indiscutível", diz Borges Mendes, reeleito líder do setor de pecuária.
O representante dos criadores de animais zebuínos, que representam 80% do rebanho de 170 milhões de cabeças do Brasil, considera que o setor ainda precisa melhorar muito e para isso as exportações são essenciais. "O poder aquisitivo do consumidor brasileiro é baixo e está estável. Precisamos incentivar as exportações e para isso é necessário agilidade de venda dos representantes brasileiros que negociam com os mercados importadores", afirma Borges Mendes. O presidente da ABCZ pediu ainda pessoas mais capacitadas e que sejam ligadas à agropecuária à frente das negociações internacionais.
Cartas na mesa - Do ponto de vista político, as lideranças agropecuárias consideram que os discursos dos candidatos à Presidência ainda estão muito parecidos. "A conversa dos candidatos está muito igual e ninguém está prometendo nada. É possível que com a entrada da propaganda eleitoral na televisão os presidenciáveis coloquem as cartas na mesa", diz Adilton Sachet. Para Roberto Rodrigues, a semelhança nos discursos faz com que o eleitor não tenha em quem confiar. "Estamos convictos que somos competitivos em qualquer situação", afirma.