AGRONEGÓCIOS II: Crise de alimentos parece perto do fim
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A crise mundial dos alimentos que fez com que os preços do trigo, do arroz e do milho alcançarem recordes e desencadeou protestos do Haiti à Costa do Marfim pode ter chegado ao fim após os agricultores terem ampliado suas lavouras, disse um alto oficial do Ministério da Alimentação da Índia. "Eu não acredito que haja uma crise atualmente", disse T. Nanda Kumar, secretário para questões alimentícias do país, que é responsável por formular políticas de segurança alimentar para a Índia. Agricultores da Austrália à China aumentaram o tamanho de suas lavouras para se beneficiar dos preços mais elevados, ajudando os estoques a se recuperarem das maiores baixas dos últimos 30 anos. O fim da escassez pode ajudar países como Índia e Egito a reduzirem suas barreiras comerciais e desacelerar a inflação. A disparada dos preços aumentou em 50 milhões o número de famintos no mundo no ano passado, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Previsão - As safras recorde de soja da China e da Índia, a produção de trigo da Austrália, que quase dobrou, e colheitas de arroz maiores registradas na Tailândia e no Vitenã reduziram a escassez este ano. As perspectivas para a produção mundial de trigo e soja "são muito boas", enquanto que o arroz ainda está caro, disse Kumar. "O arroz está caindo, mas eu não acredito que tenha caído adequadamente". O preço do arroz mais do que dobrou nos últimos três anos após China, Egito, Índia e Vietnã terem reduzido suas exportações. Os preços dos grãos se manterão mais altos do que a média dos últimos cinco anos, apesar da melhora da produção, disse Kumar. Os preços das commodities caíram desde 3 de julho, após o dólar ter se valorizado 6,8% frente à cesta das seis principais moedas do mundo nos últimos 30 dias e o petróleo bruto recuou 22% a partir de seu recorde, diminuindo a atração dos biocombustíveis produzidos a partir de grãos e da cana. O preço do arroz despencou 29% a partir de seu recorde, enquanto que o do trigo e o do milho caiu, respectivamente, 35% e 26% a partir de seus picos de alta. (Valor Econômico)