AGROENERGIA III: BNDES admite ampliar participações
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O BNDES está acompanhando de perto o processo de consolidação pelo qual passa o setor sucroalcooleiro no Brasil e pode decidir por novas participações em negócios, afirmou o chefe do Departamento de Biocombustíveis do banco, Carlos Eduardo Cavalcanti. "A regra do banco é que ele participe através de equity, e não de dívida, e eventualmente estamos propensos a participar do processo de consolidação", disse ele durante no Ethanol Summit, evento encerrado nesta quarta-feira (3/06) em São Paulo. "Todos os movimentos estão sendo acompanhados de perto pelo banco", afirmou.
Participação - Cavalcanti lembrou que, no segmento sucroalcooleiro, o BNDES já tem pequenas participações nos grupos Santelisa Vale, São Martinho e Brenco. Afirmou, ainda, que a eventual entrada do banco em outra companhia da área teria caráter temporário - até a realização de uma possível oferta inicial de ações, por exemplo. O BNDES prefere não ser a única solução no processo de consolidação do segmento. "É importante a existência de um coinvestidor, outro sócio estratégico, uma empresa com viés consolidador". Atualmente, disse, existem cerca de 400 unidades produtoras ligadas a 200 grupos empresariais no Brasil, o que indica que o potencial de consolidação de fato é grande.
Recursos - O BNDES prevê liberar entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões ao segmento em 2009, pouco mais que no ano passado (R$ 6,5 bilhões). Cavalcanti comentou que o banco observou demanda por aproximadamente metade dos recursos disponíveis para o programa de estocagem de etanol, até o momento. No total, o programa conta com R$ 2,3 bilhões liberados pelo governo, dos quais o BNDES vai gerenciar R$ 1,3 bilhão. "Não temos ainda o valor do desembolso, mas sabemos que existe uma demanda razoável", afirmou, calculando em cerca de R$ 600 milhões o valor já demandado pelas usinas para realização de estoques. "Quanto mais fizermos, melhor. Acreditamos que podemos chegar ao total [dos recursos]. Isso dá um choque e aumenta o poder de barganha das usinas com os distribuidores [de combustíveis]", complementou o executivo. (Reuters)