AGRICULTURA: Vazio Sanitário da Soja foi lançado para todo o Paraná

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O programa Vazio Sanitário, que prevê a eliminação de toda planta viva de soja entre 15 de junho a 15 de setembro, em todo o Estado, foi lançado na sexta-feira (13/06). O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, acompanhou a destruição de lavouras remanescentes de soja na propriedade de João Conrado Schimidt, no município de Ipiranga, região de Ponta Grossa.A medida visa reduzir o controle da ferrugem asiática, doença fúngica que ataca as plantas de soja, reduzindo sua produtividade. O vazio sanitário está sendo instituído pela primeira vez no Paraná e em mais oito Estados. "O programa visa reduzir os custos do produtor com aplicação de fungicidas e elevar a qualidade da produção paranaense", explicou Bianchini.

O programa - Vazio Sanitário está sendo instituído em parceria com o Ministério da Agricultura, Embrapa, cooperativas, sindicatos rurais, prefeituras, instituições de pesquisa e assistência técnica e universidades estaduais. Bianchini destacou que o Vazio Sanitário para a soja é um programa para ajudar a reduzir as perdas nas lavouras durante a safra de verão. "Para isso, as plantas remanescentes existentes em quaisquer localidades devem ser destruídas para eliminar as possibilidades de focos de contaminação do fungo da ferrugem asiática", explicou a engenheira agrônoma Maria Celeste Marcondes, responsável pela área de grandes culturas no Defis.

Objetivo é reduzir gastos - No Paraná, o produtor chegou a fazer até duas aplicações de fungicidas na safra passada para controlar a ferrugem asiática. "Queremos evitar que o produtor tenha custos mais elevados como aconteceu no Estado do Mato Grosso, onde foram necessárias entre seis a sete aplicações de fungicidas o que elevou os custos de produção naquele estado", explicou o secretário. O programa visa justamente reduzir a incidência da doença e os gastos do produtor com a aplicação de produtos químicos. Para eliminar as plantas de viva de soja nesta época do ano, o produtor pode incorporar os restos de lavoura no solo e fazer a rotação de culturas. "O gasto com a máquina para fazer esse procedimento não chega a R$ 20,00 por hectare e representa um ganho para o produtor que não vai precisar aplicar fungicida na lavoura", disse Bianchini.

Ações - Segundo o secretário, o Vazio Sanitário é a primeira de uma série de medidas que serão adotadas no Paraná para redução do uso de produtos químicos nas lavouras. "Vamos intensificar o programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP) para as lavouras de verão. Inicialmente vamos trabalhar no sentido educativo para convencer o produtor a gastar menos com agroquímicos", disse. Outra preocupação da Secretaria é incentivar a diversificação como alternativa para reduzir o uso desses produtos. Bianchini citou a propriedade de João Conrado Schimidt como referência, onde ele tem uma diversidade de culturas e promove a rotação anualmente. Schimidt tem uma área de 1.200 hectares no município de Ipiranga onde planta cevada, centeio, trigo mourisco, soja, milho, feijão, aveia e ainda tem bovinocultura, suinocultura e caprinocultura.

Penalidades - Segundo o presidente da Sociedade Rural dos Campos Gerais, José Fernando de Paula, o programa é importante para o produtor e veio em boa hora. Ele solicitou ao secretário que o programa seja mais educativo e menos punitivo e que seja dado um período para o agricultor se adaptar. Bianchini disse que espera a pronta adesão por parte dos produtores porque a medida é justamente para beneficiá-lo e não para puni-lo. "Aqueles produtores que se recusarem a eliminar as plantas de soja poderão ser multados porque precisamos aplicar a lei para todos", avisou o secretário. A desobediência da Lei Estadual de Defesa Sanitária Vegetal 11.200/95 e Decreto 3287/97 irá determinar penalidades aos envolvidos. Entre as punições, haverá multas que podem variar de R$ 50 a R$ 5 mil, restrição ao crédito rural, subvenções ou acesso aos programas oficiais do Estado e, em alguns casos, até a interdição da propriedade. (AEN)

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