Aftosa: Secretários de agricultura do Sul reabrem fronteiras

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Como resultado da reunião entre os secretários da Agricultura do Paraná (em exercício) Newton Pohol Ribas, de Santa Catarina, Moacir Sopelsa e do Rio Grande do Sul, Odacir Klein, realizada ontem (17/10) em Florianópolis, o governo catarinense liberou as fronteiras para a entrada de produtos de origem animal do Paraná, que haviam sido fechadas por causa do foco de aftosa do Mato Grosso do Sul. Foi autorizada a passagem entre PR e SC de leite cru, industrializado e derivados, aves, pintinhos de um dia, ovos, suínos e carne bovina desossada. A única exigência é a autorização do Serviço de Inspeção Federal (SIF) dos Estados. O assessor da diretoria da Ocepar e presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínio do PR, Wilson Thiesen, que viajou com o secretário em exercício do Paraná, Newton Pohl Ribas, disse que essa reabertura da fronteira traz uma grande responsabilidade à defesa sanitária estadual quanto à fiscalização da fronteira com o Mato Grosso do Sul.

Flexibilização e fronteiras fechada para SP - Sopelsa explicou que a flexibilização tornou-se possível a partir da garantia de que o Paraná não está permitindo a entrada de carne bovina do Mato Grosso do Sul. Em relação ao Estado de São Paulo, permanece suspensa a compra de carne bovina até que sejam obtidas garantias semelhantes. O Rio Grande do Sul concorda e apóia a decisão catarinense e os dois Estados mantém intactas as regras de trocas comerciais, superado o momento inicial em que houve bloqueio de alguns itens. O transporte do leite resfriado e in natura do Paraná para Santa Catarina é permitido em caminhões isotérmicos e lacrados pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal), ainda que as empresas tenham que fazer solicitação de análise de risco às secretarias de agricultura dos estados de destino. A partir desta terça-feira, está autorizado o ingresso em Santa Catarina de carnes e miúdos de aves e suínos para o comércio varejista. Desde sábado, havia sido autorizado o ingresso destes produtos desde que para industrialização.

Trabalho conjunto - “A partir de agora vamos atuar como o Estado responsável pelo Circuito Pecuário Sul a iniciar o combate contra o Mato Grosso do Sul, isso por que estamos mais perto daquele Estado”, explicou Newton Pohl Ribas, adiantando ainda que será realizado um trabalho conjunto entre Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, os três, estados livres de febre aftosa. “Nossa responsabilidade aumenta, pois somos a fronteira mais próxima de Mato Grosso do Sul. Estaremos em estado de alerta máxima, vamos usar toda a nossa estrutura com o apoio dos técnicos, fiscais e das polícias militar e rodoviária na fiscalização de nossas barreiras”, completou. Também participaram da reunião o diretor do Defis (Departamento de Defesa e Sanidade Agropecuária), da Secretaria da Agricultura do Paraná, Felisberto Baptista, e o presidente do Sindiavipar, Ícaro Fietcher.

Novos casos confirmados - O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Gabriel Maciel, considera positivo o fato de os novos casos da febre aftosa terem sido confirmados dentro do raio de 25 km do foco de Eldorado. “Isso significa que a circulação viral está restrita à área interditada. Agora vamos trabalhar em estado permanente de emergência”, afirmou o secretário. Ele acrescentou que nos três novos focos serão adotados os mesmos procedimentos sanitários realizados na fazenda Vezozzo, inclusive com o sacrifício dos rebanho. Também haverá restrição de ingresso de pessoas nas propriedades e investigação epidemiológica visando esclarecer a origem da doença. O Mapa estuda interditar mais dois municípios vizinhos à Japorã: Sete Quedas e Tacuru. A decisão será tomada em conjunto com o governo do Mato Grosso do Sul.

Vazio sanitário – Segundo a legislação, as propriedades que tiveram animais sacrificados devem ficar por um período de 30 dias sem animais (vazio sanitário). Ao final desse prazo, animais sentinela (bezerros não vacinados) devem ser distribuídos nas fazendas, onde ficarão por 30 dias na propriedade e após a realização de testes laboratoriais será avaliada a presença ou não do vírus na propriedade. Todo processo de avaliação, incluído inquérito soro-epidemiológico para verificar a situação da região, pode demorar cerca de seis meses. (Fontes: Ocepar e secretarias da comunicação dos governos do PR e SC).

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