AFTOSA: Paraná quer antecipar vacinação
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O Paraná quer antecipar a segunda etapa da campanha de vacinação contra febre aftosa, prevista para o dia 1º de novembro, para aumentar a imunidade dos animais e proteger o rebanho paranaense. Essa proposta será defendida nesta sexta-feira (14) em Brasília pelo secretário em exercício da Agricultura e do Abastecimento, Newton Pohl Ribas, durante reunião convocada pelo ministro da Agricultura e do Abastecimento, Roberto Rodrigues. O ministro vai reunir todos os secretários de Agricultura dos estados mais próximos do foco de febre aftosa, no Mato Grosso do Sul. “Na reunião, cada estado fará um relato das providências que estão sendo tomadas e o ministro quer aproveitar para discutir o futuro das medidas de prevenção contra a febre aftosa”, informou Ribas.
Barreiras - Diante disso o Paraná determinou radicalização total nas sete barreiras sanitárias instaladas a partir da ponte de Guaíra até os municípios de Paranavaí e Umuarama, no Noroeste do Paraná. Está proibida a passagem de caminhões carregados com animais suscetíveis à contaminação pela febre aftosa, como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos, suínos, ou seja todos aqueles com casco aberto. Também não é permitida a passagem de produtos e subprodutos oriundos desses animais. Segundo Ribas, vários caminhões carregados com animais foram barrados e tiveram que voltar aos seus locais de origem.
Apoio do exército - O governador em exercício Orlando Pessuti lembrou que há cinco anos, na condição de deputado estadual, defendeu a entrada do Exército Brasileiro na guerra contra a febre aftosa. Em depoimento na CPI dos Alimentos, na Assembléia Legislativa, Pessuti fez referência à existência do comércio clandestino de animais e carnes oriundas do Paraguai. Segundo o governador , só o exército teria condições de combater esse comércio irregular que muitas vezes acontece durante à noite.
Paraná banca defesa - O governo do estado do Paraná vem bancando sozinho as despesas com a Defesa Sanitária Animal e Vegetal nos últimos três anos. Segundo o secretário em exercício, Newton Pohl Ribas, no governo anterior, a Secretaria da Agricultura recebia entre R$ 4 a R$ 6 milhões por ano para o apoio da Defesa Agropecuária, “o que não está acontecendo nos últimos três anos”, denunciou. “Mas, nem por isso, o governo estadual deixou de investir em sanidade”, afirmou. No início de 2004, o governador Roberto Requião autorizou a contratação, por meio de concurso público, de 87 médicos veterinários, engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas. Todos eles foram levados às Unidades Veterinárias do interior, disse Ribas.
Explicações aos russos - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, anunciou hoje (13/10) que estará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Moscou, na próxima terça-feira (18/10), para explicar detalhadamente às autoridades russas as medidas adotadas pelo Brasil para erradicar o foco de febre aftosa registrado no município de Eldorado, no Mato Grosso do Sul, no último dia 7. Ele disse ainda que está negociando com a área econômica do governo a liberação de R$ 78 milhões do orçamento da defesa agropecuária que foram contingenciados no início do ano. Até agora, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão liberou R$ 91 milhões, dos quais R$ 50 milhões já foram empenhados em ações de sanidade animal e vegetal.
Comitês – O governo está criando dois comitês. O primeiro será formado por técnicos do ministério e ficará encarregado de acompanhar todas as ações tomadas em relação ao foco de Eldorado. O outro será composto pelo ministério, governos estaduais, parlamentares e setor privado e vai estabelecer quais as medidas a adotar sobre a questão em três níveis: local, nacional e internacional. “Esse grupo definirá como funcionarão as missões internacionais e como serão respondidos os questionários a serem enviados aos países importadores”, informou Rodrigues. Para ele, é crucial identificar a causa da doença . “Temos que parar com os achismos e tratar o assunto tecnicamente.”