Aftosa mobiliza autoridades

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O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, reuniu-se na manhã desta segunda-feira, em Curitiba, com o secretário da Agricultura Orlando Pessuti, com o secretário nacional de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel, e representantes de outras instituições do agronegócio, para discutir problemas decorrentes do surgimento da febre aftosa, entre os quais o fechamento das fronteiras com Estados vizinhos para a circulação de leite e derivados. E no começo desta tarde, o Fundepec – Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná, se reúne para discutir as medidas que podem ser tomadas para contornar os problemas decorrentes da aftosa e formas de prevenir novos focos no futuro.

Mapa mantém transparência - O Ministério da Agricultura vai continuar mantendo toda a transparência sobre as ações que estão sendo tomadas no controle e prevenção dos focos de febre aftosa, prestando prontamente todas as informações colhidas aos órgãos sanitários internacionais e aos parceiros comerciais. Segundo nota divulgada pelo Mapa, “Essa determinação é fundamental para que continuemos a desfrutar de credibilidade junto aos organismos de defesa sanitária e da confiança dos consumidores brasileiros e dos mercados internacionais. Como o ministro Roberto Rodrigues tem afirmado reiteradas vezes, não se trata de buscar culpados, mas sim de apurar o mais rapidamente as causas e debelar os focos, buscando aprimorar as ações de prevenção e controle da doença”.

Conselho interministerial – A nota informa que na sexta-feira, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em conversa com o ministro Roberto Rodrigues, anunciou a formação de um conselho interministerial com a participação dos ministros da Casa Civil, Agricultura, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fazenda, Planejamento, Desenvolvimento Agrário e Justiça, sob a coordenação do ministro da Agricultura, com a atribuição de articular ações comuns que tenham a ver com o controle e combate à febre aftosa. O presidente da República também reiterou sua intenção de liderar um movimento continental para erradicação da febre aftosa, que discuta a possibilidade da realização de programas comuns de vacinação. No sábado, o ministro Roberto Rodrigues telefonou para o diretor do Centro Panamericano de Aftosa, Eduardo Correa, pedindo para que o Plano de Erradicação da Aftosa, que está sendo coordenado pelo órgão, seja apresentado já na reunião do Conselho do Agronegócio do Sul (CAS), nos dias 10 e 11 de novembro, em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia).

Quatro possíveis focos no Paraná – Espera-se para o começo desta semana o resultado da análise do material coletado entre animais suspeitos de aftosa de quatro propriedades localizadas nos municípios de Loanda, Amaporã, Maringá e Grandes Rios. Essas fazendas compraram, em feiras realizadas neste ano, no Paraná, animais com origem no Mato Grosso do Sul, ou tiveram seus animais expostos na feira. Em consequência, 40 fazendas paranaenses estão interditadas como metida preventiva. E em Toledo, todos os animais que participaram de feira, recentemente, estão em quarentena, também numa medida preventiva.

Municípios afetados – As 40 fazendas que receberam animais que participaram da Eurozebu ou da Rio Branco do Ivaí, Mamborê, Grandes Rios, Tamarana, Tomazina, Marilândia do Sul, Maringá, Arapontas, São Sebastião da Amoreira, Amaporã, Mandaguaçu, Jaguapitã, Londrina, Jacarezinho, Loanda, Guaraci, Sertanópolis, Cafeara, Centenário do Sul. Muitos desses animais não tiveram contatos diretos com animais com origem no MS, mas o fato de terem ficado próximos, no mesmo recinto de exposição, exige medidas de prevenção.

Fronteiras com SC e SP interditadas – As fronteiras do Paraná com Santa Catarina e com SP estão interditadas para a circulação de animais, produtos e subprodutos de origem animal e materiais de multiplicação animal procedentes do Paraná. A medida foi adotada depois que a Secretaria da Agricultura do Paraná relatando a existência de cinco casos de suspeita de febre aftosa no Estado. Essa media, considera preventiva pelos Estados, está causando sérios prejuízos econômicos às indústrias paranaenses. As cooperativas Capal, de Arapoti; Sudcoop, que tem indústrias no Oeste e em Curitiba, e a Confepar, de Londrina, relataram, na manhã desta segunda-feira, a interdição de seus caminhões de transporte. A cooperativa Castrolanda estava impedida de entregar 400 mil litros/dia de leite em diversas cidades de São Paulo; a Capal tinha 150 mil litros retidos; a Sucoop (Frimesa), tem dez caminhões com produtos industrializados (congelados e derivados de leite e carne suína) retidos na fronteira com São Paulo. Outros sete caminhões estão parados, em seus pátios ou fronteira com SC, com produtos perecíveis que seriam comercializados em outros Estados.

Propostas do Paraná - A Ocepar apresenta as seguintes propostas para resolver a questão da aftosa: industrializados de leite esterilizados (concentrado, condensado, UHT, pó e outros) e todos os produtos com SIF, abrir corredores para exportação em contêineres lacrados, abrir corredores para demais estados para produtos lácteos crus, oriundos de regiões onde não existe suspeita da doença, devidamente acompanhado de certificado sanitário emitido pela fiscalização.

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