ACORDOS COMERCIAIS COM EUROPEUS PODEM SER ANTECIPADOS
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O Brasil e a União Européia (UE) têm interesse em negociar acordos bilaterais para melhorar o fluxo de comércio sem esperar a conclusão da associação inter-regional, segundo fontes em Bruxelas. Do lado brasileiro, o objetivo é fechar um acordo de equivalência na área sanitária e fitossanitária (SPS, como é conhecido), para reduzir dificuldades não-tarifárias afetando exportações agrícolas. Já a prioridade européia é de entendimento em duas áreas: sobre proteção de indicação geográfica para vinhos e sobre pesca para facilitar o acesso de barcos pesqueiros europeus nas águas territoriais brasileiras. Esses temas estarão na agenda da reunião da comissão mista Brasil-UE no final do mês, em Brasília. A UE quer assinar compromissos bilateralmente com os membros do Mercosul e depois incorporá-los na negociação regional.
Exigências nas negociações - A importância de equivalência sanitária e fitossanitária com a UE vai além do mercado europeu, para o qual o bloco sul-americano destina cerca de US$ 12 bilhões de produtos agrícolas por ano. A Europa estabelece cada vez mais as regras globais no comércio de alimentos com o pânico provocado com a doença da vaca louca, abuso de hormônios no gado e contaminação de dioxina. Os Estados Unidos têm o maior mercado, mas é Bruxelas que regulamenta mais freqüentemente e mais rigorosamente e dá o tom a ser seguido por agricultores do mundo inteiro. No mamão brasileiro, por exemplo, a UE fixa um padrão de teor de pesticida tão baixo que praticamente inviabiliza a entrada do produto no mercado de mais de 300 milhões de consumidores. As discussões sobre o acordo parecem atreladas a uma barganha envolvendo proteção de vinhos e outras bebidas alcoólicas.