Acordo na OMC elevará comércio do Brasil em US$ 10 bilhões
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O governo brasileiro
projeta que o fim dos subsídios às exportações dos
países ricos principal item do acordo preliminar da Organização
Mundial do Comércio (OMC), deve elevar o comércio global do Brasil
no médio prazo em até US$ 10 bilhões. "O principal
número é zero para os subsídios às exportações.
E não só para as exportações, mas para os créditos
subsidiados também", afirmou nesta segunda-feira o ministro das
Relações Exteriores, Celso Amorim.
Liderança das negociações - Ele destacou
ainda o papel central do Brasil na mesa das negociações em Genebra,
que resultaram na conclusão do acordo preliminar para liberalizar o comércio
mundial."Depois de sete, oito meses de Cancún, conseguimos um acordo
muito mais equilibrado e que, ao lado dos Estados Unidos, União Européia,
o Brasil teve papel fundamental”. No final do ano passado, as negociações
para a liberazação do comércio mundial no balneário
mexicano de Cancún fracassaram resultado das divergências entre
os países ricos e o grupo de países em desenvolvimento, liderados
pelo Brasil, autodenominado G20.
Prazos - O ministro disse ainda que há um sentimento entre os negociadores dos países da OMC que não será possível concluir o acordo no prazo de 1º de janeiro de 2005, mas ele acha possível sua conclusão até o final do ano que vem. Esse acordo da OMC servirá para dar fôlego extra às negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alça) e com a UE, que estão em ritmo lento devido à divergências sobre a amplitude dos pactos.
Subsídios - "O fator que mais distorce o comércio internacional são os subsídios, e essas coisas estavam excluídas da negociação da Alca e da UE também. Agora nós partimos de um mínimo que é o que vamos obter nesta rodada", afirmou.
Agricultura - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, comemorou especialmente a decisão da entidade de acabar com os subsídios às exportações de produtos agrícolas, uma das principais bandeiras do Brasil em todos os fóruns de negociação internacional. Apesar do documento da OMC não definir prazos para o fim dos subsídios às exportações, Rodrigues afirmou ao jornal Valor que isso "não vai ficar para as “calendas”, acontecerá em um prazo crível de cinco ou seis anos" Roberto Rodrigues também elogiou o avanço na questão dos apoios internos, outro pilar importante da negociação. "Pela primeira vez vamos ter uma regra, uma posição formal para redução dos subsídios internos". Apesar do acordo não produzir efeitos imediatos nessa questão, o mais importante, na avaliação de Rodrigues, é de que a mudança de rumo "não será para pior". Os resultados conseguidos na mesa de negociação em torno desses dois pilares acabarão, no entendimento do ministro, trazendo reflexos positivos para o terceiro pilar das negociações e onde o avanço foi menor, que é o do acesso a mercados. "Esse acesso será potencializado com o acordo".