Abiove critica barreiras impostas pela China

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

O Brasil aumentou muito nos últimos anos as exportações de produtos do complexo soja para a China. Em 2004, no período de janeiro a agosto os embarques de grão, de farelo e de óleo de soja totalizaram US$ 1,793 bilhão, o que representa aumento de 13% em comparação ao resultado de todo o ano de 2003, que havia atingido US$ 1,581 bilhão, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), com dados da Secex. Em volume, os embarques do complexo soja de janeiro a agosto totalizaram 5,571 milhões de toneladas, 2,3% a mais em relação aos 5,446 milhões de toneladas registrados no mesmo período de 2003, informa a Abiove. Se for levado em conta o desempenho dos últimos cinco anos, no entanto, o volume é muito maior. Em meados dos anos 90, as exportações de grão, farelo e de óleo totalizavam cerca de US$ 560 milhões e um volume de 984 mil toneladas.

Barreiras técnicas - Segundo informações da entidade que representa as indústrias de óleo de soja, nos últimos anos a China impôs tarifas expressivas que dificultaram a entrada do produto brasileiro. Além disso, criou um sistema de quotas tarifárias, que expira em 31 de dezembro de 2005. A conta é considerada tão abusiva que praticamente inviabiliza a entrada do produto brasileiro.

Solvente - A última medida anunciada pela China foi uma barreira técnica. De acordo com a nova regulamentação, foi estabelecido um nível máximo de resíduo de solvente no óleo de soja bruto que o país importa. O nível máximo é de 100 ppm (partes por milhão) para o óleo de soja a partir de 01 de outubro. Na avaliação dos representantes do setor, "como os chineses não conseguem mais barrar a entrada do óleo de soja com tarifas de importação, eles passaram a usar barreiras técnicas, como de resíduo do solvente no óleo de soja", afirma. A Abiove acredita que o único objetivo da China é proteger as esmagadoras locais de soja.

Refino - O estabelecimento de um teor máximo de solvente no óleo de soja bruto surpreendeu o setor. Isso porque, segundo a Abiove, o óleo de soja bruto é uma matéria-prima que não está pronta para consumo humano. Somente após refinado ele vai para a mesa do consumidor. A Abiove não informa qual é o atual teor de solvente no óleo bruto produzido pela indústria nacional. Levando-se em consideração que um navio leva 45 dias para chegar à China, os brasileiros terão que embarcar mercadoria enquadrada nas novas regras a partir da segunda quinzena de agosto. A Abiove ressalta que o Codex Alimentarius da FAO, a agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, que estabelece padrões de qualidade mundiais, só trata de óleos vegetais refinados, e não tem especificação para resíduos de hexano (solvente). (Gazeta Mercantil)

Conteúdos Relacionados