A bolsa vem ao Brasil com apoio da Coamo

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Que a Bolsa de Chicago vai se instalar no Paraná, no Porto de Paranaguá, todo mundo que atua no agronegócio já sabe. Mas poucos conhecem o caminho da decisão do presidente da Bolsa de Chicago, Charles Carey: a Coamo Agroindustrial Cooperativa. A concretização da idéia começou a ocorrer durante a visita de Carey à cooperativa, acompanhado de diretores e operadores de mercado, no dia 16 de fevereiro, quando se realizavam os dias de campo da cooperativa. Nessa oportunidade o presidente da CBOT (Chicago Board of Trade) discutiu com o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, e diretores, a idéia de instalar no Brasil um escritório. A comitiva americana visitou ainda outros grupos exportadores brasileiros. Seguiu-se uma troca de três correspondências entre Carey e Gallassini, onde são expostos os pontos de vista.

Agradecimento – “Muito obrigado por ter recebido os senhores David Lehman, Eugene Kunda e a mim no dia 16 de fevereiro, para discutirmos idéias sobre os contratos futuros de soja da Bolsa de Mercadorias de Chicago, com pontos de entrega no Brasil. Gostei especialmente da apresentação da Coamo, da visita à Fazenda Experimental e de seus comentários e sugestões sobre como melhorar o gerenciamento de riscos da indústria de soja brasileira. Também quero expressar meus agradecimentos por sua ajuda em acertar o nosso encontro com o Sr. (Ricardo) Conceição e o Sr. Abreu, do Banco do Brasil”, afirma Charles Carey em sua correspondência de 12 de março ao presidente da Coamo.

Considerações – Na extensa correspondência o presidente da CBOT afirma sua concordância com a avaliação positiva de Gallassini sobre o apoio da indústria brasileira de soja para contrato de soja futura na bolsa, com pontos de entrega no Brasil. “Trabalhando em conjunto com participantes chaves da indústria brasileira, como a Coamo, acredito que a CBOT seja capaz de elaborar um contrato futuro que produza liquidez, integridade e eficiência de hedge exigida pelos participantes do mercado brasileiro, bem como do mercado europeu e asiático”, afirma. Também relata a apresentação do relatório da visita à cooperativa à diretoria da bolsa e a aprovação para prosseguir na avaliação para a realização de contrato de soja futuro da CBOT, “com pontos de entrega no Brasil”. Finaliza sua correspondência convidando a Coamo a participar da força tarefa para concretizar a idéia, afirmando que vê a colaboração da cooperativa como crucial para o sucesso da iniciativa.

Apoio da Coamo - “Achamos que tivemos essa procura pela Bolsa de Chicago pelos contatos, volumes que negociamos e lisura nos negócios”, afirma o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini. A Coamo apoiou todas as iniciativas dos executivos da bolsa, intermediando a marcação de audiências com os diretores do Banco do Brasil e com o governador Requião e o superintendente do Porto de Paranaguá, Eduardo, que deve ocorrer no próximo dia 7, às 11 horas. A Coamo também está marcando audiência dos diretores da bolsa com o ministro dos Transportes e com autoridades do Banco Central.

Avaliação – “Acho muito válida essa oportunidade de termos o Porto de Paranaguá, a exemplo do porto do golfo do México, como sede da CBOT. Assim como o Golfo do México, que é referência para o preço para a América do Norte, Paranaguá deverá ser referência para os preços praticados na América Latina, “com a vantagem que a cotação será em Real”, frisa Gallassini. Ele afirma ainda que a presença da bolsa no Paraná vai facilitar as operações das empresas, pois pouca gente opera com o mercado internacional em função das dificuldades. “A grande garantia que temos é que a Bolsa de Chicago não pode ser manipulada, ela oferece uma segurança muito grande, é um negócio que facilita ao Brasil o maior acesso ao mercado internacional. É um acontecimento histórico na questão de exportação”, conclui o presidente da Coamo. A expectativa é que a bolsa comece a funcionar em Paranaguá já em 2005, já que não é necessária grande estrutura, uma vez que pode operar através de sistemas de comunicação via Internet.

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