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Gestão dos custos de produção será o grande desafio de 2025, prevê presidente da Frimesa

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frimesa 25 02 2025FOTO: Samuel Milléo Filho / Assessoria Sistema OceparO aumento no custo dos combustíveis, da energia e da folha de pagamento, aliado às incertezas em relação à reforma tributária, trazem para 2025 um grande desafio: a gestão dos custos de produção. O alerta é do presidente da Frimesa, Elias Zydek. “Nossa expectativa é que essas surpresas com os custos não sejam maiores do que o repasse de preços, tanto no mercado interno quanto no externo. Se o cenário continuar como janeiro, possivelmente teremos um ano melhor do que foi 2024”, prevê o dirigente.

De acordo com Zydek, o primeiro mês do ano foi melhor do que o esperado. “2025 começou com o mercado surpreendendo positivamente. Houve continuidade da demanda no mercado externo e o mercado interno conseguiu absorver bem a produção. Hoje, a oferta e a demanda de carne suína estão muito equilibradas e o leite também segue estável”, informa. 

Crescimento

Na última semana, a Frimesa realizou a Assembleia Ordinária, anunciando o faturamento de 2024, que foi de R$ 6,5 bilhões, 7,5% superior em relação ao ano anterior. “O ano de 2024 para o setor de proteína animal e lácteos, no qual a Frimesa está inserida, teve dois períodos bem distintos. O primeiro semestre foi bastante difícil, com preços abaixo do esperado e exportações de carne suína limitadas. Já no segundo semestre, o cenário melhorou significativamente para a carne suína. Tivemos alguns fatores que influenciaram essa recuperação, como o aumento das exportações e a abertura do mercado das Filipinas, que se tornou o segundo maior comprador do Brasil. Os preços subiram cerca de 500 dólares por tonelada, enquanto o custo de produção permaneceu estável, pois os preços dos grãos não tiveram grandes oscilações no último ano. Com isso, os resultados melhoraram”, avaliou Zydek, acrescentando que no setor de lácteos o cenário foi mais estável, sem grandes variações sazonais. 

Vigilância sanitária

O presidente da Frimesa chama a atenção para a saúde animal. “A questão sanitária exige vigilância permanente.   É o nosso patrimônio, essencial para garantir as exportações e a produção interna. Um problema sanitário pode comprometer toda uma cadeia produtiva, então a vigilância precisa ser cada vez maior”, alerta. Para Zydek, tanto os órgãos públicos quanto a iniciativa privada, que são responsáveis pelas cadeias produtivas, precisam estar atentos. “É fundamental buscar as melhores tecnologias, mas, principalmente, manter a vigilância constante nas propriedades e nas indústrias. Isso garante a continuidade e a segurança da produção”, pontua. 

Investimentos

Zydek avalia como promissora a projeção de investimentos do setor cooperativista para 2025, avaliada em R$ 9,2 bilhões, conforme anunciado na última reunião de diretoria da Ocepar, realizada no dia 12 de fevereiro, durante o Show Rural.  “O sistema cooperativista tem projetos, tem ideias, tem visão de futuro. Agora, planejamento é diferente da execução. A concretização desses investimentos vai depender muito de como a taxa de juros vai se comportar ao longo de 2025”, observa.

Para o dirigente, a preocupação é que “se a estratégia para segurar a inflação continuar sendo o uso da taxa de juros como alavanca, os retornos desses investimentos podem ser prejudicados”. E acrescenta: “O país precisa resolver sua questão fiscal. Acho que esse é o grande fator”.

Por outro lado, Zydek avalia que “o cooperativismo mantém um positivismo muito grande, uma visão de crescimento, o que demonstra que há oportunidades. Mas é preciso encontrar um equilíbrio, principalmente na questão das taxas de juros, garantindo condições diferenciadas para os investimentos”.

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