Notícias geral
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A expectativa de um clima quente e seco para os próximos dez dias sobre a região produtora na Argentina fez com que os preços da soja tivessem uma forte alta na bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em maio fecharam o pregão de ontem valendo US$ 13,845 por bushel, alta de 24,50 centavos de dólar. Segundo a Bloomberg, as previsões climáticas apontam para um aumento do nível de estresse, especialmente na região sul da Argentina. Analistas não descartam a possibilidade de que o clima quente e seco atinja a região Sul do Brasil, enquanto as fortes chuvas aumentem a incidência de doenças no Norte e Centro-Oeste. No Paraná, segundo informações do Deral, a saca de soja foi negociada ontem a R$ 45,43, com valorização de 0,82%.
Café - As chuvas torrenciais na Colômbia e as tempestades de neve em Nova York deram mais uma vez suporte aos preços do café na bolsa americana. Os contratos com vencimento em maio de 2011 fecharam o pregão de ontem cotados a US$ 2,388 por libra-peso, com ganhos de 155 pontos. Segundo informações da Dow Jones Newswires, os recentes eventos climáticos continuam influenciando o mercado do café. Nos últimos dias, a Colômbia e os países produtores de café da América Central têm recebido fortes chuvas e dificultando o transporte do grão. Com isso, o abastecimento do mercado a partir dessas origens está apertado, segundo analistas. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq foi cotado a R$ 409,88 por saca, alta de 0,15%.
Temperatura baixa - Os contratos futuros do suco de laranja encerraram o pregão de ontem com alta nos Estados Unidos. Analistas de mercado ouvidos pela agência Dow Jones atribuíram o movimento a preocupações de mais uma noite de temperaturas abaixo de zero em algumas regiões produtoras da Flórida, o que possivelmente prejudicaria os pomares. O Estado americano é o segundo maior produtor de laranjas do mundo depois do Brasil. A extensão dos danos do frio já registrado ainda não é conhecida. Na bolsa de Nova York, os papéis com entrega em março encerraram a US$ 1,687 por libra-peso, com alta de 475 pontos. No mercado doméstico, o indicador Cepea/Esalq para a caixa com 40,8 quilos da laranja à indústria paulista ficou em R$ 16,29, com alta de 0,97% em cinco dias.
Juros chineses - A China aumentou sua taxa de juros e provocou a queda das cotações do algodão na bolsa de Nova York. Os contratos para maio fecharam o pregão de ontem valendo 133,24 centavos de dólar por libra-peso, desvalorização de 143 pontos. De acordo com a Bloomberg, ao subir sua taxa de juros a China sinalizou que sua demanda por commodities pode arrefecer. "A tentativa da China de controlar a inflação está adicionando mais pressão ao mercado", disse Sharon Johnson, analista sênior de um fundo de pensão em Atlanta (EUA). Ele também acredita que a queda também se deveu à especulação de que os comerciantes podem ter que liquidar parte de suas posições por problemas de caixa. No mercado de Campo Verde (MT), a arroba da pluma fechou o dia estável a R$ 93,60, segundo Imea/Famato. (Valor Econômico)
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A abertura de dois novos frigoríficos para comercialização de peixes deve potencializar a piscicultura no Norte do Paraná em 2011. Com as obras em Cornélio Procópio e Alvorada do Sul previstas para serem finalizadas no próximo ano, a cadeia de produção ganhará impulso, atingindo uma capacidade total de abate de 12 toneladas/dia por turno nas duas instalações. Esse foi um dos temas discutidos durante a Confraternização dos Amigos do Peixe, promovida pela Associação Norte Paranaense dos Aquicultores (Anpaqui) na última semana. Durante o evento foram realizadas palestras direcionadas aos produtores, discussão de assuntos relacionados à atividade e a tradicional janta com diversos pratos à base de peixe.
Produção - Com 126 membros e atingindo cerca de 30 municípios na região e duas cidades no estado de São Paulo, a Anpaqui produziu, em 2010, 4,5 mil toneladas de peixe entre tanques-rede e tanques escavados, atingindo uma média mensal de 374,6 toneladas. Na região, há dois frigoríficos privados em funcionamento: um em Londrina, com capacidade de abate de 2 toneladas/dia, e outro em Rolândia, com potencial de abate de 5 toneladas/dia. ''Os dois novos frigoríficos devem trazer maior tranquilidade ao setor. Precisamos de um mercado seguro, com toda a cadeia fechada'', explica Luis Henrique Fernandes, vice-presidente da Anpaqui.
Compra conjunta - Para Petra Maria Wagner, presidente da entidade, um dos grandes objetivos da Anpaqui para 2011 é fazer a compra conjunta de insumos para todos os piscicultores. Durante a produção, o custo com rações chega a representar 70% de todo o investimento. Só a Anpaqui consome 7,6 mil toneladas de ração por ano. ''Vamos fechar melhores preços com as indústrias parceiras para diminuirmos nossos custos'', avalia a presidente. Outra novidade é a construção, em Londrina, do Centro de Treinamento de Aquicultura, Pesca e Cozinha Escola de Produtos à Base de Peixe. Uma verba de R$ 400 mil está prestes a ser liberada pelo Ministério de Pesca e Aquicultura para a cidade. ''A expectativa é que o recurso saia ainda esse ano. Com os frigoríficos surgindo com força, a produção certamente vai aumentar. O crescimento está na ordem de 30% ao ano no País'', calcula Ricardo Neukirchner, vice-presidente da Associação Nacional de Aquicultura.Consumo - A ideia da diretoria da Anpaqui é fomentar o consumo do produto, que no Paraná é de 9 kg por pessoa ao ano. ''Os consumidores têm que criar o hábito de se alimentar com peixes. Muitos não sabem onde comprar e não tem facilidade para preparar os pratos. Por isso a importância desse incentivo'', ressalta Petra. Neukirchner complementa dizendo que o Brasil reúne diversas condições favoráveis para a piscicultura. ''Temos recursos hidrícos, clima favorável, mão de obra barata e o menor custo de ração do mundo. O que falta mesmo é o País despertar para a atividade'', finaliza. (Folha de Londrina)
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Na tarde desta quarta-feira (15/12) estiveram reunidas, na Associação Atlética Cultural Copagril AACC, em Marechal Cândido Rondon, cerca de 300 crianças que fazem parte das escolinhas de futsal e futebol de campo da AACC para o encerramento das atividades de 2010. Atualmente fazem parte do projeto cerca de 800 crianças, sendo meninas e meninos com idade entre 6 e 16 anos.
Medalhas - A solenidade contou com a participação dos professores, e dos membros da diretoria da AACC que entregaram às crianças as medalhas doadas pelo Sesi em reconhecimento a dedicação aos treinamentos e atividades esportivas desenvolvidas pela AACC. Além das medalhas as crianças receberam um presentinho de natal e puderam saborear um lanche especial.
Apoio - A diretoria da associação, juntamente com os professores, agradeceu a todos os alunos, pais e patrocinadores, em especial a Copagril e o Sesi pelo apoio nas atividades desenvolvidas no ano e comunicou que as inscrições para 2011 iniciam a partir do dia 20 de janeiro. Os pais deverão trazer a documento pessoal das crianças juntamente com o boletim escolar de 2010. (Assessoria de Imprensa AACC)
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Vários eventos estão sendo promovidos pelas cooperativas em todas as regiões do Estado, com apoio do Sescoop/PR. Clique aqui e confira a programação.
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A umidade, somada à variação brusca de temperatura, como a registrada nos últimos dias, deve favorecer a ocorrência de doenças fúngicas na lavoura de soja. Mas, enquanto a maioria dos produtores está focada apenas na ferrugem, outros males também podem afetar a cultura, entre os quais a antracnose. O alerta é feito pelo engenheiro agrônomo Paulo André Machinski, coordenador técnico de culturas anuais da Cocamar. Segundo ele, até ontem havia sete casos de ferrugem confirmados no Paraná pela Embrapa, mas como a doença leva cerca de uma semana para manifestar-se, é possível que esse número seja maior em breve. No entanto, além da ferrugem, a antracnose - que causou danos às lavouras da região na safra anterior - também precisa ser prevenida, "pois as condições climáticas favorecem a sua disseminação". Em São Jorge do Ivaí, grande parte dos produtores já fez a aplicação preventiva do produto, conforme explica o gerente da Cocamar local, José Claudemir Menegon. (Imprensa Cocamar)
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O aumento do montante de crédito rural liberado à chamada agricultura empresarial entre 2003 e 2010 foi um dos grandes destaques do balanço apresentado nesta quarta-feira (15/12) pelo Ministério da Agricultura sobre as ações da Pasta durante os dois mandatos do presidente Lula. No evento realizado no Palácio do Planalto, o ministério lembrou que, entre as safras 2003/04 - a primeira planejada na gestão de Lula -e 2009/10, o total de recursos aplicados somou R$ 381 bilhões, R$ 225,7 bilhões dos quais com juros controlados. E os montantes continuam aumentando. Para a temporada atual (2010/11), foram anunciados R$ 100 bilhões.
Aumento da produção - Aliados a investimentos independentes das diversas cadeias produtivas para elevar a produtividade das lavouras e à demanda crescente por alimentos nos mercados internacional e doméstico, os recursos colaboraram para ampliar a produção brasileira de grãos de 123,2 milhões de toneladas, no ciclo 2002/03, para quase 150 milhões de toneladas em 2009/10. Para 2010/11, as estimativas atuais apontam para estabilidade em relação ao ciclo anterior, em parte por conta de um clima menos favorável às plantações em algumas regiões do país, reflexos do fenômeno climático La Niña.
Programas - Ainda no capítulo dedicado ao crédito, o ministério também realçou a criação ou o aprofundamento de alguns programas específicos de financiamento, como o Procap-Agro (voltado à capitalização de cooperativas), o Moderfrota (modernização da frota de máquinas agrícolas) e o Programa Agricultura de Baixo Carbono, este último lançado em agosto deste ano.
Outras ações - Além da ampliação do crédito, o balanço do Ministério da Agricultura privilegiou as ações da Pasta para apoiar a comercialização das produções, ações ligadas ao gerenciamento de riscos climáticos, à defesa agropecuária e à pesquisa agropecuária. No balanço apresentado, o ministério afirma que O desenvolvimento nacional da tecnologia agropecuária "teve papel decisivo na transformação da agricultura brasileira e no desempenho do agronegócio". É notória a importância da Embrapano processo, sobretudo na ocupação do Cerrado. Nesse contexto, foi realçado o avanço dos biocombustíveis - etanol e biodiesel. (Valor Econômico)
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O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos-Usda de 10 de dezembro sobre a safra 2010/11 nos Estados Unidos vem com informações do fechamento da safra de soja e milho 2010/11 naquele país. A safra de soja foi de 91,85 milhões de toneladas e a de milho ficou em 318,50 milhões de toneladas. A safra de soja é a maior da história e a de milho a terceira maior da história do cereal. No trigo a safra foi de 60,10 milhões de toneladas, de mesmo tamanho que a safra 2009/10. O trigo de inverno da safra 2011/12 nos Estados Unidos, que é a maior safra deles está na fase de desenvolvimento vegetativo e com déficit hídrico o que vem gerando especulações no mercado internacional e nas cotações nas bolsas de Chicago - Cbot e Kansas. Para a produção de soja no Brasil e Argentina foram mantidos os números do relatório de novembro com estimativa de 67,5 milhões para o Brasil e 52,0 milhões para a safra da Argentina.
Quadro 01 - Estimativa de produção de soja, milho e trigo nos EUA (milhões toneladas)
CULTURA
Safra 2009/10
Safra 2010/11 nº de agosto
Safra 2010/11 nº de novembro
Safra 2010/11 nº de dezembro
Var.(%) dezembro/novembro
Soja
91,4
93,4
91,8
91,85
0,0%
Milho
333,0
339,5
318,5
318,5
0,0%
Trigo
60,3
61,6
60,1
60,1
0,0%
TOTAL
484,7
494,5
470,4
470,4
0,0%
Fonte: Usda www.usda.gov Elaboração: Ocepar/Getec - dezembro de 2010
Comparativo - Na comparação entre o relatório do Usda de novembro e o de dezembro, as informações referente à demanda mostram que, no caso do milho, houve manutenção da quantidade demandada para etanol em 121,9 milhões de toneladas e também nos estoques finais em 21,1 milhões de toneladas, ao contrário que esperava o mercado. Em relação à soja, houve manutenção da estimativa de importação da China nos atuais 57,0 milhões de toneladas na temporada 2010/11 e redução de apenas 500 mil toneladas nos estoques finais norte americanos de 5,0 para 4,5 milhões de toneladas.
Chicago - No último mês as cotações da soja, milho e trigo na Bolsa de Chicago- CBOT variaram cerca de -3,5%, -0,5% e +2,0%, respectivamente em relação ao mês anterior. As cotações médias dos contratos negociados na CBOT em 10 de dezembro foram de: US$ 12,50/bushel = US$ 27,56/saca de 60 kg para a soja; US$ 5,80/bushel = US$ 13,70/saca de 60 kg para o milho e de US$ 7,90/bushel = US$ 17,42/saca de 60 kg para o trigo.
Paraná - Os preços médios recebidos pelos produtores paranaenses em 10 de dezembro levantados pela Seab/Deral, para a soja foram de R$ 44,67/saca de 60 kg, de R$ 19,59/saca de 60 kg para o milho e de 4,65/saca de 60 kg para o trigo, praticamente inalterados com os preços praticados há 30 dias.
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A euforia por ter se conseguido avançar nas negociações internacionais sobre questões climáticas, diferentemente do que aconteceu no encontro de Copenhague no ano passado, não foi suficiente para esconder que a conferência do clima de Cancún terminou sem resolver nenhum dos grandes impasses da área. Foi criado um fundo climático, mas sem definição da origem do dinheiro, as promessas de cortes maiores de emissão continuam promessas e o futuro do Protocolo de Kyoto depois de 2012 não foi resolvido - só se concordou em continuar discutindo.
Negociação - Cancún não salvou o planeta, mas salvou o processo de negociação do acordo climático internacional, que quase foi a pique em Copenhague. Nove entre cada dez diplomatas que falaram na madrugada do sábado, no encerramento da conferência mexicana, diziam que era preciso restaurar a confiança no processo multilateral. Foi o embaixador coreano quem melhor definiu em plenário o que realmente estava em jogo: "Vamos parar com a inércia do multilateralismo." (Valor Econômico)
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A safra nacional de grãos do ciclo 2010/2011 deve chegar a 149,1 milhões de toneladas, com uma queda de 0,1%, ou cerca de 200 mil toneladas, sobre a safra passada. A área deve atingir 48 milhões de hectares, com 1,3% a mais que a cultivada no período anterior. Estes números são do terceiro levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que destaca produtos como trigo, arroz e soja que ampliaram a produção. No geral, a previsão de aumento está condicionada à ocorrência de clima favorável. O levantamento foi divulgado (09/12), no auditório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Culturas - O encerramento da safra de trigo nos estados do Sul confirma que a produção deve chegar a 5,78 milhões de toneladas, com um aumento de 15% sobre o exercício anterior. O arroz também deve crescer 7,8%, atingindo 12,57 milhões de toneladas, mesmo com uma retração na área de 1,2%. Já a soja alcança uma produção de 68,51 milhões de toneladas, em uma área de 24,08 milhões de hectares. O aumento sobre a área anterior é de 2,6%. Por outro lado, para o milho 1ª safra a previsão é de queda de produção de 8%, podendo atingir 31,35 milhões de toneladas, contra as 34,08 milhões de toneladas da safra passada.
Pesquisa - A pesquisa foi realizada por 51 técnicos, no período de 22 a 26 de novembro, que entrevistaram representantes de cooperativas e sindicatos rurais, de órgãos públicos e privados nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além de parte das regiões Norte e Nordeste. Confira o 3º levantamento da safra 2010/2011 de grãos. (Conab)
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Depois de perder, no mês passado, quase 10% de seu valor em um intervalo de apenas uma semana, os preços internacionais da soja recobraram a força e voltaram a subir na Bolsa de Chicago. Impulsionadas pela demanda firme e por notícias de que o clima seco pode comprometer a produção na Argentina e no Rio Grande do Sul, as cotações da oleaginosa se aproximaram novamente da marca dos US$ 13 por bushel (27,2 quilos) no mercado internacional.
Patamar - Com alta de mais de 10 pontos nesta quarta-feira (08/12), o contrato janeiro/11- primeira posição de entrega - fechou o pregão valendo US$ 12,96 o bushel, o equivalente US$ 28,59 por saca. O resultado coloca a soja de volta ao patamar em que trabalhava em meados de novembro, antes do mergulho que seguiu os rumores sobre o aperto monetário chinês.
USDA - Nesta quarta, o avanço das cotações foi sustentado também por um movimento de antecipação do mercado ao relatório de oferta e demanda mundial que o USDA, o departamento de agricultura dos EUA, divulga nesta quinta-feira (09/12). Traders que operam na Bolsa de Chicago esperam que o órgão promova um novo corte nas suas estimativas para os estoques finais norte-americanos de soja e de milho.
Expectativa - Para a o oleaginosa, a expectativa é de que o volume excedente recue a 4,54 milhões de toneladas ao final da temporada 2010/11, 650 mil toneladas abaixo do estimado pelo USDA há um mês. A redução das reservas norte-americanas segue o forte ritmo das exportações de soja do país, que estão 18% à frente das registradas nessa mesma época do ciclo anterior. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)
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Categórico em afirmar que a sociedade moderna industrial se tornou uma força de transformação de proporções idênticas à da natureza, o pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e presidente do Conselho Diretor do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, Carlos Nobre, acredita que apesar de já ter atingido estágios irreversíveis, o aquecimento global e alguns de seus efeitos podem ser amenizados. O resultado seria a prorrogação do que cientificamente é apontado como inevitável: o colapso total dos sistemas naturais que regem a vida na Terra. O alerta e as sugestões foram apresentados pelo cientista na palestra de abertura do 7.º Encontro Anual do Programa Cultivando Água Boa, em Foz do Iguaçu. De acordo com Nobre, o Brasil tem condições de ser a primeira potência ambiental tropical.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) está traçando o novo cenário das mudanças climáticas no Brasil. O que já podemos adiantar?
O cenário geral que enxergamos para o final do século é uma diminuição de chuvas em grande parte do Brasil, em especial no Norte, e aumento das chuvas na Argentina, Uruguai e Sul do país, com aumento também da severidade dessas chuvas, com mais tempestades, ciclones e ressacas. Para o Nordeste, a previsão é de mais secas.
Que consequências essas mudanças devem trazer?
Qualquer perturbação do clima com o qual nós estamos acostumados traz impactos negativos. Nem sempre dizer que choverá mais no Sul do país é bom. Tudo o que se desenvolveu até agora para atividades que dependem do clima foi feito em função do clima que caracteriza aquela determinada região. Exemplos disso são as hidroelétricas, previstas com base em um certo regime pluviométrico. Da mesma forma vemos as estradas a cada ano se degradando por causa de um volume cada vez maior de chuva. A isso, porém, é mais fácil de se adaptar. O mesmo não acontece com a agricultura e o aumento do nível do mar, que nos obriga a quase pensar em um novo modo de vida, tamanha a dificuldade de adaptação e o investimento científico.
O cenário que se aproxima pode mudar?
O aquecimento global é inequívoco, mas infelizmente não podemos afirmar que teremos mais ou menos chuvas de granizo nos próximos anos, como já vem ocorrendo nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e mais recentemente no Paraná. É cedo para dizer que o que estamos vendo agora são evidências claras do que podemos esperar para os próximos anos. Esses fenômenos são naturais e sempre vão acontecer. Com a disseminação das redes de televisão e rádio para o interior do país, vemos na mídia um aparente aumento na incidência e na força desses eventos climáticos extremos, como as chuvas, as inundações e as secas, mas não há como dizer que aumentou de verdade. Ainda não conseguimos demonstrar que isso esteja acontecendo nessas proporções. Quando afirmo que ainda há tempo de salvarmos o mundo, na verdade estamos no limiar de saber se ainda há tempo ou não de evitarmos os riscos de um colapso dos sistemas naturais que mantêm a vida no planeta.
Quando poderemos ter certeza do que realmente acontecerá?
Que o clima mudou, nós sabemos. Mas para ter certeza que o clima hoje é diferente do que era há cinquenta anos, por exemplo, precisamos de pelo menos duas décadas. Por isso, quando falamos de mudanças, ainda estamos observando se elas serão permanentes ou se isso é uma flutuação natural do clima, com possibilidades de voltar ao que era. Algumas mudanças, como ondas de calor em muitas partes do Brasil, já vêm se repetindo por muitas décadas. Chuvas intensas, da mesma forma, há dez, vinte anos.
Como podemos evitar um possível colapso ambiental?
A única maneira é reduzirmos rápida e drasticamente a emissão dos gases que causam o aquecimento global. Isso significa uma enorme mudança na matriz mundial de energia, de produção de gases do efeito estufa e, principalmente, de consumo. Não podemos ter a ilusão de que reverter ou reduzir o risco futuro de colapsos de ecossistemas possa ser feito somente por meio da tecnologia. Essa é uma condição necessária, mas ainda não suficiente. Precisamos começar uma profunda mudança comportamental e global. Hoje a maioria dos empregos está ligada ao consumismo. Só começaremos a observar mudanças importantes quando migrarmos para os empregos do futuro, os empregos do intelecto, ligados à criação, à criatividade, às artes, à tecnologia, à saúde, aos cuidados com os idosos.
Estamos longe dessa mudança?
O que vemos hoje não caminha para essa consciência de consumo. Assim que os países em desenvolvimento adquirem status de economias emergentes de rápido crescimento, a população das classes mais pobres que evolui para a classe média começa a reproduzir um padrão de consumo muito alto, parecido com o dos EUA. Sabemos como fazer a mudança, mas essa ponte que liga o consumismo ao consumo consciente, do desenvolvimento social, é bem difícil de ser construída. Em 2050, mais de 80% dos 9 bilhões de consumidores do mundo estarão tentando atingir os padrões de vida dos países desenvolvidos.
O meio ambiente é um dos temas polêmicos da pauta internacional. Há mais avanços ou resistência?
É muito difícil enxergarmos perspectivas positivas nesse momento. Há muito mais resistência dos que participam das convenções climáticas internacionais. Os países desenvolvidos têm uma resistência muito grande em zerar as emissões de gases de efeito estufa. Precisaríamos conseguir reduzir essas emissões em 80% para não superaquecermos o planeta. Há uma contradição grande nessas negociações. As populações pobres, que menos contribuíram para esse problema, serão as que mais sofrerão com a crise, em especial com a redução drástica do acesso à água, um dos principais efeitos do aquecimento global. O interesse econômico da indústria da energia fóssil, que usa petróleo, gás natural e carvão, atrapalha muito nessa transformação.
A posição do Brasil é importante?
Pelo menos no papel, o Brasil deu um passo muito importante na Convenção de Copenhague, em 2009, e se comprometeu a reduzir de 36% a 39% a emissão de gases, o que significa 25% do que era emitido até 2005. Somos o primeiro país do mundo a ter uma lei como essa aprovada.
Na prática, como isso pode ser feito?
O Brasil poderia assumir o papel de primeira potência ambiental tropical. Temos condições suficientes para isso: 46% da nossa matriz energética vêm de fontes renováveis, podemos desenvolver nossa agricultura sem avançar sobre os ecossistemas e, desde 2004, conseguimos reduzir o desmatamento em 60%. Temos o dever de criar, inventar, um novo modelo de desenvolvimento baseado no caso da América do Sul, com base no uso racional desse imenso potencial natural, somado à inteligência. Esse será o nosso maior desafio para o século XXI. (Gazeta do Povo)
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A realização do "Solidariedade Futebol Clube" na sexta-feira no Estádio Regional Willie Davids e das competições de futebol, bocha e truco entre cooperados no sábado na Associação Cocamar, mobilizaram 6,5 mil pessoas em Maringá. No primeiro evento, a Campanha Solidária Cocamar-Sicredi chegou ao final com uma programação que iniciou às 16h e teve como ponto alto o sorteio dos prêmios às 19:30h, seguido do jogo entre a seleção brasileira de masters e um combinado das duas cooperativas. A chegada de Papai Noel e um show com a dupla Fred e Inácio completaram a noite. Segundo a organização, 4 mil pessoas compareceram ao estádio, deixando na entrada cerca de 3 mil quilos de alimentos, que foram encaminhados para o Provopar. (Imprensa Cocamar)
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