COCAMAR: Cooperativa analisa em vídeo, para os cooperados, o relatório do USDA

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cocamar 17 05 2021O vice-presidente executivo de Negócios da Cocamar, José Cícero Aderaldo, fez uma análise em vídeo do relatório divulgado na semana passada pelo USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a respeito das projeções de mercado para a soja e o milho, considerando as safras já colhidas, os estoques e as perspectivas de produção do Brasil e Estados Unidos, país esse que no momento vem semeando a safra 2021/22.

Anseio - A análise foi distribuída por meio do aplicativo WhatSapp aos milhares de produtores cooperados, em atendimento a uma solicitação feita por eles durante pesquisa realizada no ano passado, para o Jornada do Cooperado – iniciativa que tem por finalidade conhecer seus anseios para a prestação de serviços de excelência.

Mensal - Assim, a cada mês, sempre após as publicações do relatório do USDA, a Cocamar estará analisando as informações e repassando dessa mesma maneira aos cooperados.

Soja - Um dos pontos que mais chama a atenção no relatório é a situação dos baixos estoques do grão nos EUA, estimados ao redor de 3,3 milhões de toneladas. “O mercado esperava um número ainda menor, sendo esse volume praticamente igual ao do Brasil”, afirmou o vice-presidente. A grande expectativa para esse relatório estava voltada aos números da safra 2021/22, sendo que os EUA devem semear 35 milhões de hectares com a oleaginosa, 2 milhões a mais em comparação à área cultivada no ano passado. A produção esperada é de 120 milhões de toneladas, superior ao montante colhido no ano passado. Para o Brasil, que também deve aumentar a superfície plantada em 2 milhões de hectares, a projeção é de 144 milhões de toneladas. E para a Argentina, terceiro maior produtor mundial, 52 milhões de toneladas.

Demanda - “Há uma demanda firme e em crescimento, com destaque para o aumento de importação por parte da China”, comentou Aderaldo, salientando que, de qualquer forma, não deve haver um aumento dos estoques no próximo ano.

Bons preços- O impacto do relatório sobre a Bolsa de Chicago é que o mercado se torna bastante volátil e o quadro não foi diferente desta vez. As cotações da soja caíram na quarta-feira, dia da publicação, mas voltaram a subir na quinta-feira. “Os números trazem a expectativa de bons preços no mercado internacional”, disse o vice-presidente, salientando que, por ora, o plantio nos EUA está indo bem, já chegando próximo da metade da área estimada e apresentando avanços em relação às safras anteriores. As dúvidas que pairam, a seu ver: serão confirmados os 35 milhões de hectares de plantio, com a previsão de aumento de 2 milhões de hectares? De acordo com Aderaldo, somente será possível ter essa informação no relatório que o USDA divulgará em 30 de junho.

Prestar atenção - 1) Em relação à safra americana é importante fazer o acompanhamento, todas as semanas, daqui para a frente, da evolução da área semeada e saber das condições das lavouras. Todas as terças-feiras a Cocamar atualiza essas informações na TV Cooperado – disponível em todas as unidades de atendimento. “Qualquer coisa que aconteça nos EUA, dado o aperto do estoque, tem grande impacto nas cotações de Chicago”, citou.

2) No Brasil, necessário atentar para o ritmo de comercialização do produtor. “Está diferente do ano passado, o produtor vendeu muita soja antecipada mas parou de vender. A comercialização está mais lenta e deve haver maior oferta no segundo semestre”, frisou, indicando para uma queda de braço entre indústria e produtor, uma vez que o segmento industrial ainda não tem matéria-prima para processar no segundo semestre.

3) Acompanhar a cotação do dólar, que vem apresentando variações (estava na casa de R$ 5,70 no início de abril e, atualmente, em R$ 5,30. Por causa desse fator, houve mais aumento em Chicago do que no mercado interno brasileiro).

4) Por fim, estar de olho no apetite chinês, que é motor do mercado de soja. Surgiram rumores de uma nova onda de peste suína africana em algumas regiões chinesas e se isto se confirmar o efeito deverá ser negativo sobre os preços.

Milho - A safra brasileira 2020/21, somando inverno e verão, foi estimada em 102 milhões de toneladas no recente relatório de maio, caindo 7 milhões de toneladas em relação ao relatório anterior, de abril. Ou seja, 102 milhões de toneladas são a mesma quantidade colhida no ciclo passado. Mesmo assim, levantamento divulgado nesta mesma semana pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontou 106 milhões de toneladas, reduzindo em apenas 2 milhões de toneladas os números anteriores, devido aos efeitos do clima seco sobre as lavouras. Na avaliação de José Cícero Aderaldo, “as projeções tanto do USDA quanto da Conab estão otimistas, pois há chance de a produção ficar abaixo de 102 milhões de toneladas”.

Volume - A safra norte-americana, ora sendo semeada, poderá resultar numa produção de 380 milhões de toneladas de milho, conforme o relatório, apresentando um aumento de 20 milhões de toneladas sobre a safra anterior. Setenta por cento da área já estariam semeados, segundo os números recém-publicados.

China - O principal destaque do mercado do milho, de acordo com Aderaldo, é a importação chinesa. Se antes o país asiático importava todos os anos entre 4, 5 ou 6 milhões de toneladas, em 2021 o volume deve chegar a 26 milhões de toneladas, um grande salto ocasionado, principalmente, pela substituição de forma de criação de suínos, que passa de um modelo tradicional para sistemas tecnificados e com ração. “Por isso é que o preço do milho vem alcançando patamares que jamais tinham sido vistos”.

Ficar atento - O relatório de 30 de junho é que vai apresentar os números definitivos e a orientação do vice-presidente executivo é: 1) Acompanhar a evolução da safra de inverno brasileira para saber, realmente, que tamanho terá, uma vez que os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e a região sul de São Paulo é que vêm sofrendo mais com a falta de chuvas.

2) Com as dificuldades enfrentadas pelos frigoríficos de repassar a alta do milho e do farelo de soja para os preços da carne, isto terá impacto no alojamento de frangos e suínos? Pode haver redução do consumo?

3) O Brasil possui safra de milho suficiente para o abastecimento interno, mas é preciso saber quanto vai ser embarcado para atender o mercado externo. Sabe-se que metade da produção de inverno já foi contratada para exportação, sobretudo no centro-oeste. Contudo, as tradings podem comprar milho americano, destinar aos seus clientes no mercado externo e deixar a produção local por aqui.

4) Por fim, prestar atenção, também, na oscilação do dólar. (Imprensa Cocamar)

 

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