Featured

Semana da Produção e Sanidade Animal termina com palestras internacionais

  • Artigos em destaque na home: Artigo Principal

Para trazer o panorama norte-americano de produção, exportação e controle de doenças na avicultura, o último painel da Semana de Produção e Sanidade Animal, promovida pelo Sistema Ocepar, contou com dois palestrantes internacionais. Na manhã dessa quinta-feira (25/09), especialistas da USA Poultry and Egg Export Council (USAPEEC) falaram sobre o mercado de exportação e os desafios da influenza aviária. A USAPEEC é a organização que representa a indústria de aves e ovos dos Estados Unidos, com objetivo de promover a exportação dos produtos.

No total, 111 pessoas participaram do painel. Após a fala de boas-vindas, realizada pelo analista de Desenvolvimento Técnico da Ocepar, o médico veterinário Alexandre Amorim Monteiro, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, agradeceu a disponibilidade dos palestrantes. “Estou muito feliz em poder ouvir vocês. Com certeza será um evento enriquecedor para os participantes.”

Controle da Influenza Aviária

A primeira palestra teve o tema “Influenza aviária nos EUA: Estratégias de Campo para Controle, Prevenção e Superação”, com o responsável pela área veterinária de Comércio Internacional da USAPEEC, John Clifford. “Apreciamos a indústria brasileira, uma das principais na produção de carne de frango. É importante trabalharmos juntos para erradicação da Influenza Aviária”, pontuou no início de sua fala.

Clifford afirmou que, entre 2014 e 2015, a indústria norte-americana registrou perdas econômicas de U$ 4 bilhões devido à influenza. Ele falou sobre um programa que existe há mais de 20 anos para buscar biossegurança. “Testamos mais de 1 milhão de amostras pelo programa. Em casos de doenças, conseguimos detectar rapidamente. O programa amplo de vigilância norte-americano tem participação de quase 100% da indústria comercial. É voluntário, mas os produtores que participam têm 100% de indenização em caso de aves perdidas, com valores pagos pelo governo. Quem não participa do programa, recebe 25% de indenização nesses casos”, explicou.

O especialista afirmou que as metas de trabalho são detectar, controlar e conter a influenza aviária usando estratégias que buscam proteger a saúde pública, o meio ambiente e estabilizar a produção e economia. “A estratégia de reação tem apoio por campanha de conscientização pública. Nós estamos muito abertos para permitir que público tenha conhecimento do que está acontecendo, para mantermos informados e confiantes sobre o abastecimento dos EUA e para que todos saibam que os produtos são seguros e que as aves contaminadas não entram na alimentação.”

Clifford contou que a atividade de vigilância conta com uma rede de 57 laboratórios de saúde animal, em todo o país. “É possível fazer análise de mais de 30 mil amostras por dia com toda essa rede. Quando uma amostra é identificada positiva nós eliminamos a população animal o mais rápido possível”, finalizou.

Mercado internacional da avicultura dos EUA

A segunda palestra trouxe a fala do presidente da USAPEEC, Greg Tyler, com o tema “Competitividade Avícola dos EUA: Estratégias de Mercado e Exportação frente aos Desafios Sanitários”. Tyler falou sobre a USAPEEC. “Temos 230 empresas afiliadas. A organização representa cerca de 95% de toda exportação aviária de carne e de ovos dos EUA. Temos escritório em 16 mercados do mundo, com programas específicos para 120 mercados”.

O presidente analisou o aquecimento do mercado de aves. “O que eu realmente gostaria de falar é como o comércio subiu em relação a importações de frango e de ovo. Temos dois picos, primeiro em 2014, quando os EUA foi impactado pela influenza, um impacto devastador do nosso mercado de exportação. Superamos esse primeiro surto e, em 2022, tivemos valor recorde de exportador com U$ 6.2 bilhões. O volume de exportação caiu nos últimos anos, mas o valor de exportação continua subindo, em função do abastecimento do mercado ainda ser pouco”.

Para Tyler, um grande diferencial foi a questão da regionalização, que deve ser trabalhada a fim de promover segurança aos produtores e indústria. “Se olharmos para os últimos 10 anos, tivemos oito acordos de regionalização e isso vem nos ajudando muito a continuar a exportar. Alguns acordos são baseados em estado por estado. Então, se há algum problema em uma região, por exemplo, não há prejuízo para todo comércio do país. Ter acordos de regionalização implementados ajuda muito na exportação”, concluiu.

Semana de Produção e Sanidade Animal

Pelo segundo ano consecutivo, o Sistema Ocepar promoveu a Semana de Produção e Sanidade Animal, com o objetivo de possibilitar atualização e debate sobre temas importantes nas cadeias produtivas de proteína animal das cooperativas paranaenses. Neste ano, houve recorde de inscrições: 501.

A palestra de abertura, na manhã do dia 23 de setbemo, teve como tema “Sanidade animal como passaporte para mercados competitivos”. Durante a tarde, houve painel sobre Suinocultura. No segundo dia (24/09), houve abordagem sobre Suinocultura e Bovinocultura. O terceiro dia (25/09) abordou a Avicultura.

Ao longo dos três dias de evento, houve registro de 612 participações, nos cinco painéis. Foram representadas 29 cooperativas paranaenses, de três ramos: agro, crédito e trabalho. Também houve participação de órgãos oficiais, como Seab, Adapar, Mapa, IDR-PR, Faep, APCBRH, Sindivet, CRMV-PR, Embrapa, entidades parceiras, além de universidades públicas e privadas.

 

Conteúdos Relacionados