Primeiros 40 dias da lavoura: o que faz a diferença entre potencial e produtividade real
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Os primeiros 40 dias após o plantio representam uma das fases mais determinantes para o desempenho das lavouras de soja e milho. É nesse período inicial que se definem a sanidade, o estande, a competitividade da cultura e as condições estruturais que sustentarão a produtividade até o final do ciclo.
De acordo com o supervisor técnico da Cocari, Rodrigo Rombaldi, a atenção aos detalhes e o monitoramento constante nesta etapa inicial fazem a diferença entre alcançar o potencial produtivo e perder rendimento por problemas evitáveis.
Soja: sanidade e competitividade desde a fase vegetativa
Na soja, o período vegetativo exige atenção rigorosa ao surgimento precoce de doenças, pragas e plantas daninhas. Doenças como mancha parda, mancha-alvo e antracnose começam a se manifestar logo nos estágios iniciais.
Rombaldi ressalta que o manejo com fungicidas e biofungicidas deve ocorrer antes do fechamento das ruas, momento em que a dificuldade de penetração dos produtos aumenta e o risco de contaminação do baixeiro se intensifica. “Seguir um protocolo de controle estruturado é decisivo para manter plantas sadias até o fim do ciclo”, recomenda o especialista.
Na mesma fase, são comuns ataques de pragas como besouros metaleiros e vaquinhas, que reduzem a área foliar, prejudicam o desenvolvimento e aumentam a chance de entrada de doenças por meio das lesões. “Por isso, o monitoramento frequente e o controle no momento adequado são fundamentais para preservar a capacidade fotossintética das plantas”, explica Rombaldi.
Outro ponto crítico destacado pelo supervisor técnico da Cocari é o controle de plantas daninhas. Com o solo descoberto, a emergência de invasoras tende a ser maior. “Uma boa palhada reduz esse risco, mas, quando a infestação ocorre, o produtor precisa intervir antes que as plantas daninhas iniciem competição direta por luz, água e nutrientes”, ensina Rombaldi. Nessa etapa, o uso de pré-emergentes tem se mostrado uma ferramenta importante para garantir que a lavoura avance para o fechamento das ruas em condições limpas.
Dicas práticas para os primeiros 40 dias da soja
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Observar sintomas iniciais de mancha parda, mancha-alvo e antracnose, ajustando o manejo antes do fechamento das ruas.
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Monitorar a presença de besouros metaleiros e vaquinhas, evitando perdas foliares.
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Avaliar a formação de palhada e agir rapidamente no surgimento de plantas daninhas.
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Utilizar pré-emergentes como estratégia para manter a área limpa no início do ciclo.
Milho: proteção do estande e controle antecipado de doenças
No milho, a atenção começa já na emergência do “pavio”. Segundo Rombaldi, pragas como o percevejo devem ser manejadas assim que a lavoura desponta, a fim de garantir a preservação do estande inicial. Perdas nessa etapa têm efeito direto no desenvolvimento e na produtividade final.
A mancha de Bipolaris é outro fator crítico. A doença ocorre cedo na cultura e tem impacto crescente ao longo do ciclo. Em áreas com histórico da doença, o manejo com carboxamidas a partir do V4 torna-se necessário para preservar a área fotossintética e evitar danos estruturais à planta.
O controle de plantas daninhas também exige atenção constante. Como o milho apresenta menor capacidade de sombrear as entrelinhas, a competição com invasoras se estende por mais tempo. O uso de triazinas em doses mais altas tem sido uma prática benéfica para reduzir a matocompetição. Mesmo assim, o monitoramento deve ser contínuo durante os primeiros 40 dias, período em que o desenvolvimento radicular e foliar define boa parte da eficiência da planta no uso de recursos.
Dicas práticas para os primeiros 40 dias do milho
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Iniciar o monitoramento de pragas logo na emergência do pavio, especialmente para controle de percevejo.
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Em áreas com histórico, antecipar o manejo da mancha de Bipolaris, entrando com carboxamidas desde o V4.
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Acompanhar de perto o surgimento de plantas daninhas e utilizar triazinas em doses adequadas para evitar matocompetição.
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Verificar a uniformidade do estande inicial, identificando possíveis falhas de emergência.
(Assessoria de Imprensa Cocari)