Pragas na cultura da soja – estratégias de manejo integrado para proteger a lavoura

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

cocari sojaA cultura da soja enfrenta desafios constantes com a ocorrência de pragas que podem comprometer a produtividade. Para lidar com esses obstáculos, o supervisor do Departamento Técnico da Cocari (Devet), Rodrigo Rombaldi, destaca a importância do Manejo Integrado de Pragas (MIP), que combina diferentes métodos de controle para proteger a lavoura de forma eficiente e sustentável.

Premissas do Manejo Integrado de Pragas (MIP)

O MIP é uma abordagem que integra métodos culturais, químicos e biológicos para mitigar ao máximo a ocorrência de pragas. “A forma de medirmos o funcionamento e as necessidades destes métodos depende integralmente do monitoramento de pragas", explica Rodrigo Rombaldi. Segundo ele, o monitoramento constante é essencial para identificar as pragas presentes e determinar as ações necessárias para o controle.

Métodos preventivos – proteção desde o início

Entre os métodos preventivos, a rotação de culturas é uma prática fundamental para evitar plantas hospedeiras de pragas primárias na cultura da soja. Além disso, o tratamento de sementes com ativos eficientes ajuda a reduzir danos na fase de estabelecimento da plântula. "O uso de produtos químicos na dessecação pré-plantio, com inseticidas, também é uma estratégia importante para diminuir a população de pragas já instaladas no talhão", destaca Rombaldi.


Monitoramento é a base para o controle de pragas

Após o plantio, o monitoramento constante das lavouras é indispensável. O uso do pano de batida continua sendo o método mais eficaz para monitorar pragas, embora armadilhas eletrônicas estejam sendo desenvolvidas e apresentem boa eficiência. "Cada estágio da lavoura possui uma praga-chave, dependendo das condições climáticas", afirma o supervisor.

Pragas por estágio da lavoura

Na fase inicial, períodos secos tendem a aumentar a incidência de lagartas, especialmente do complexo das spodopteras, que são agressivas e têm apresentado crescimento nas últimas safras. Pragas secundárias, como vaquinhas e metaleiros, também são comuns nesse período.

Quando a cultura avança para o estágio de ‘fechamento de rua’, ácaros e tripes tornam-se mais frequentes. "Ano após ano, essas pragas têm aumentado, e a pouca gama disponível de ativos específicos para elas dificulta o controle químico", alerta Rombaldi.

Na fase reprodutiva, o complexo de percevejos é o maior desafio para os produtores de soja. "Entender o hábito de cada tipo de percevejo é fundamental para acertar o controle. Produtos com residual mais avançado são os mais recomendados para essa praga", orienta o especialista. Além disso, o surgimento de mosca branca em lavouras na região do Vale do Ivaí, no Paraná, está sendo monitorado. Embora ainda não cause danos diretos, é importante evitar que insetos sugadores se tornem transmissores de doenças.

Estratégias integradas possibilitam manter a saúde da lavoura e a produtividade. "O cuidado e o monitoramento são indispensáveis para que possamos agir de forma eficiente e sustentável, protegendo a cultura e garantindo o sucesso da safra", reforça Rodrigo Rombaldi.

Acompanhe o vídeo com as Dicas do Especialista

Conteúdos Relacionados