Combate à violência contra a mulher e ao câncer de mama são temas de palestra no Sistema Ocepar na programação do Outubro Rosa
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O Sistema Ocepar, em parceria com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (Cipaa), promoveu, nesta segunda-feira (06/10), um café da manhã, seguido de palestras sobre o tema “Violência contra a Mulher é Compromisso de Todos Nós” e, também, sobre a prevenção ao câncer de mama. A iniciativa, dirigida a todos os empregados do Sistema, integra a programação do Outubro Rosa, movimento voltado à saúde da mulher, que visa conscientizar a comunidade sobre a importância do diagnóstico precoce da doença.
As atividades foram abertas pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken. Ele reforçou o compromisso assumido pela organização, durante o Fórum de Presidentes de Cooperativas, em 8 de julho último, quando foi assinada a parceria com a Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoas Idosa (Semippi), em defesa da equidade de gênero e combate à violência contra a mulher. “Todos os dias há casos de violência contra as mulheres. Os números são preocupantes e quero aqui resgatar o que assumimos, reconhecendo a importância da promoção da igualdade de gênero e respeito aos direitos humanos, visando o desenvolvimento pleno de uma sociedade mais justa, segura e igualitária”, declarou.
Para dar mais visibilidade a esse compromisso, Ricken informou que a secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, participará da rodada dos Encontros de Núcleos Cooperativos que o Sistema Ocepar promove de 13 a 16 de outubro em todas as regiões do estado. Em todas as reuniões, a secretária fará a divulgação do Programa de Certificação no Combate à Violência contra as Mulheres.
Quinto lugar em feminicídio
“O Paraná está em quinto lugar em números de feminicídio no país”, destacou Mariana de Sousa Machado Neris, diretoria de Políticas para Mulheres da Secretaria de Estado da Mulher e Igualdade Racial e vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher. Ela frisou que a violência contra a mulher é um problema estruturante e o seu combate demanda o compromisso de todos.
“A Constituição Federal diz que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Realmente temos os mesmos direitos, temos direito de votar e ser votada, de empreender, de abrir uma cooperativa. Temos esses direitos. No entanto, as oportunidades que são dadas a homens e mulheres são diferentes porque muitas vezes os papéis sociais que homens e mulheres desempenham também são muito diferentes. Então, em relação às políticas públicas nós precisamos promover igualdade de oportunidades para de fato estabelecer prioridades e apoios maiores para pessoas que estão em condição de menor participação. Isso se chama equidade”, defendeu.
Ciclos da violência
Gabriele Fagundes de Oliveira, bacharel em administração, empresária e palestrante, falou sobre os Ciclos da Violência. Ela abriu a palestra destacando o tema do evento “Violência contra a Mulher é Compromisso de Todos Nós”. A palestrante se apresenta como uma sobrevivente da violência doméstica e contou sua própria história. Mãe de quatro filhos, ela permaneceu por 20 anos num casamento abusivo, enfrentando muita dificuldade para conseguir romper o ciclo da violência. “É muito difícil conseguir romper o ciclo. Eu transformei a minha dor em um propósito. Então, falo sobre isso para que todo mundo conheça porque eu acredito que a gente só é capaz de alguma mudança, só é capaz de fazer alguma coisa, a partir do conhecimento”.
A palestrante desmistificou a questão da violência contra a mulher, destacando que nem sempre se trata de violência física e, portanto, nem sempre deixa marcas visíveis. Para uma plateia formada por dirigentes e empregados do Sistema Ocepar, ela fez um apelo: “vocês, como líderes, também são capazes de fazer a mudança na vida dessas pessoas”, falou, referindo-se à rede de apoio e políticas de amparo às mulheres.
Programa Recomeço
A coordenadora de Enfrentamento às Violências contra as Mulheres na Semippi, Carla konieczniak Aguiar, falou sobre o Programa Recomeço e o Auxílio Social Mulher Paranaense, instituído pela Lei 22323, que está em fase de implementação. “Trata-se de uma iniciativa que visa promover a autonomia e proteção às mulheres em situação de violência doméstica”, disse.
A lei facilita o afastamento do agressor e a reinserção social e econômica da mulher. A Semippi é a responsável pela gestão do programa.
Câncer de mama
A última palestra foi realizada com o intuito de informar e conscientizar sobre os cuidados e diagnóstico do câncer de mama. A professora Adriana Franco, da Faculdade Pequeno Príncipe, alertou que todas as pessoas nascem com 3% de chance de algum câncer no decorrer da vida, e, por isso, é importante ter atitudes preventivas. "A indicação é combater o sedentarismo, com a prática de atividade física regular, evitar o consumo de álcool, por exemplo. Os hábitos de vida precisam ser saudáveis".
A especialista convidou todas as mulheres a conhecerem as próprias mamas e perceberem sinais de alerta. "Não é comum a pele com aspecto de casca de laranja, irritação, mamilos com secreção, por exemplo. Também é ideal estar atenta a dores, dificuldade de movimentação nos braços", ressaltou.
A programação lotou o auditório do Sistema Ocepar durante toda a manhã desta segunda-feira. Para marcar a data, os empregados foram convidados a vestir cor-de-rosa em referência à campanha pela saúde da mulher.
FOTOS: Samuel Milléo Filho e Gisele Barão / Assessoria Comunicação Sistema Ocepar