MERCADO: Commodities têm dia de queda especulativa

Fundos aproveitaram a notícia de melhora no clima nas lavouras americanas para realizar venda especulativa de contratos de commodities agrícolas. As cotações da soja recuaram 2% (contrato agosto) para US$ 15,82 o bushel (27,2 quilos) na Bolsa de Chicago (CBOT). "O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) apresentou estoques baixos para a soja, mas estava dentro do que o mercado esperava e já havia transformado em preços. Agora, os fundos estão de olho no andamento do clima, que vem trazendo melhoras às lavouras, sobretudo nas de milho ", diz Glauco Monte, consultor de gerenciamento de risco da FCStone.

Açúcar - O resultado foi uma queda mais forte nesses grãos, cujo contrato julho encerrou o pregão de ontem em US$ 6,57 o bushel, recuo de 3,3%. O movimento especulativo no mercado de commodities também ignorou a divulgação ontem da safra no Centro-Sul do Brasil, que apontou até agora, uma produção de açúcar 13% menor, segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica). A commodity encerrou em queda de 1,8%, em 15,25 centavos de dólar a libra-peso (contrato março). "Os números saíram no final do mercado, que teve atuação mais especulativa", diz Carlos Costa, consultor de gerenciamento de risco da FCStone.

Cana-de-açúcar - Segundo dados da Unica, desde o início da safra de cana no Centro-Sul até o final de junho foram processados 140,55 milhões de toneladas de cana, um aumento de 4,39% sobre o mesmo período da safra 2007/08. O ciclo atual permanece alcooleiro com 61,07% da cana-de-açúcar moída destinada à produção de etanol. Foram produzidas 6,47 milhões de toneladas de açúcar, 13,17% abaixo do registrado no mesmo período de 2007, e 6,21 bilhões de litros de etanol, aumento de 7,18%. Apesar da menor incidência de chuvas desde o final de maio, o crescimento no volume de cana processada foi de apenas 3,74% em relação à mesma quinzena da safra passada e o rendimento está ainda 4,94% menor que em igual período de 2007. (Gazeta Mercantil)