Do futuro do trabalho à interoperabilidade na saúde: e-saúde reuniu grandes nomes

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Pela primeira vez em 11 edições, o e-saúde aconteceu na sede administrativa da Unimed Paraná. Realizado entre os dias 18 e 19 de novembro, o evento reuniu mais de 280 participantes – 150 presencialmente, e aproximadamente 130 de forma remota -, e contou com o apoio da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), da Femipa, da Unimed Curitiba, da Unimed do Brasil e da Astrazeneca. Além disso, houve a presença de startups parceiras no hall do auditório, incluindo Hoobox, Nilo, Lonvi, Upflux, Neurotech e Hi!.

Durante a solenidade de abertura, o presidente da Unimed Paraná e vice-presidente da Unimed do Brasil, Paulo Roberto Fernandes Faria, celebrou os avanços realizados no Sistema Unimed Paranaense em relação à inovação. “O Sistema Unimed Paranaense tem avançado de forma consistente em governança e gestão de dados, incluindo destaques como a utilização estratégica de informações clínicas com foco na interoperabilidade entre diferentes sistemas em suas aplicações para o cuidado integrado e a gestão da saúde dos beneficiários”, disse.

A programação trouxe, ao todo, duas palestras – de abertura e encerramento – e seis painéis, reunindo mais de 25 convidados de renome nacional e internacional. “Nossa preocupação principal nesse momento, e acredito que seja a mesma de todo o sistema de saúde suplementar, é compreender de que formas as tecnologias podem vir a agregar e trazer soluções para as grandes questões que enfrentamos atualmente — do envelhecimento da população à incorporação de novas soluções em medicina e saúde”, relatou o diretor de Inovação e Desenvolvimento da Federação, Omar Genha Taha, ao moderar a palestra “Letramento digital e o profissional do futuro”, ministrada pela futurista Michelle Schneider.

Em sua apresentação, a profissional destacou as competências exigidas pelo mercado de trabalho ao longo dos anos, passando das soft skills, que ganharam destaque na década de 2010, até o letramento tecnológico, em 2025, e as previsões para 2030, em que quase metade das competências exigidas serão técnicas — incluindo inteligência artificial e big data, redes e segurança cibernética e responsabilidade ambiental.

A mudança é impulsionada pela convergência de tecnologias como biotecnologia, robótica, computação quântica e IA Generativa. Contudo, o grande alerta está na compressão do tempo. Se a Revolução Agrícola durou 10 mil anos e as Revoluções Industriais atravessaram séculos, a Revolução Digital e a atual Era da IA encurtaram os ciclos de mudanças para poucas décadas ou anos. São ciclos intensos, que exigem reinvenção constante, criando um desafio que Michelle define como mais psicológico do que técnico. “A IA é excelente em ser eficiente, mas nem tudo na vida é sobre ser eficiente. O profissional do futuro é aquele que todos os dias vai escolher se tornar um ser humano”, finalizou.

Painéis debatem desde liderança feminina, até tomada de decisão baseada em dados e evidências de mundo real

Os seis painéis da 11ª edição do e-saúde tiveram, por sua vez, temas convergentes entre si e voltados às transformações digitais que impactam o setor da saúde. Um dos grandes destaques foi a abordagem trazida no painel “AI/IA Mulheres – Liderança Feminina na Transformação Digital da Saúde”, com palestras de Ariane Reisier (ITA), Mônica Andersen (Unifesp) e Juliana Taha (Unifesp), sob moderação da professora Claudia Moro, da PUCPR. As visões diferentes de três mulheres sobre a IA na prática, o uso de tecnologias digitais em diagnósticos e, ainda, o impacto que as bolhas digitais têm no comportamento humano trouxe debates interessantes sobre como a IA veio para ficar e, mais que isso, como ela funciona no dia a dia.

A “Interoperabilidade e a construção de uma base de dados para Pesquisa Clínica” também foi debatida por Luiz Gustavo Kiatake (SBIS), Luis Colombo (Interall) e Josélio Emar de Araújo Queiroz (Seidigi/MS), sob moderação de Marcelo Dallagassa (Unimed Paraná).

Durante o terceiro painel, moderado por Paulo Henrique Becker (Femipa), os convidados destacaram como dados e escuta ativa são fundamentais para o uso qualificado da Inteligência Artificial, cada um sob uma perspectiva: gestão em saúde, com Arianne Villa Nova Almeida Gaio (Unimed Paraná), inovação em startups, apresentada por Isadora Kimura (Nilo), e a prática clínica no centro cirúrgico, sob a visão de Diógenes de Oliveira Silva (Anestech).

O tema “Evidências do mundo real - Pesquisa Clínica e avaliação em saúde” também foi abordado no 11º e-saúde, em painel moderado pelo médico Luiz Henrique Picolo Furlan (Unimed Paraná). Conforme a médica Daniela Pachito (Pfizer Brasil), hoje o problema não é mais escassez de dados - uma vez que o volume é muito grande -, mas sim a qualidade da informação. Já Eduardo Ramos (Unimed Paraná), mostrou como os dados são utilizados, por exemplo, na cooperativa, nos estudos relacionados ao mieloma múltiplo – câncer que afeta a medula óssea -, para definir os melhores tratamentos disponíveis.

Por fim, a análise de custo-efetividade, um dos critérios para avaliar a inclusão de novas tecnologias em saúde, foi explicada pelo médico Carlos Magliano (Asas e NATS/INC).

As soluções voltadas à Tecnologia da Informação existentes no Sistema Unimed foram abordadas durante o quinto painel do e-saúde, sob moderação de Rubens Rodrigues Júnior (Compar). O sistema CRM da Federação paranaense foi apresentado pelo coordenador da área, Eduardo Hey, enquanto André Leite (presidente da Unimed Serra Gaúcha) detalhou o Command Center, inaugurado em 2024, que tem como objetivo monitorar em tempo real a jornada do paciente, com base nos processos assistenciais realizados no Complexo Hospitalar da cooperativa.

O cuidado coordenado com a utilização da tecnologia foi exemplificado através do Líbero Saúde, apresentado por Carolina Ogata (Unimed Paraná). Fechando o quinto painel, o novo produto da Unimed Ponta Grossa, o Cyva, lançado em 2025, foi tema da apresentação da colaboradora da Singular, Aline Alves Migliorini.

No último painel do evento, "Gestão em Saúde e Tomada de Decisão”, moderado por Sandro Marques (Stanford Medicine), as lideranças do setor, representadas por Claudia Regina Laselva (Hospital Israelita Albert Einstein), Monica Silva de Castro (Faculdade Unimed) e Sidney Clark (IQVIA), apresentaram casos práticos de como a inteligência de dados deixou de ser uma promessa para se tornar o pilar central da sustentabilidade e da segurança hospitalar.

A última palestra teve como tema o uso da IA aplicado à gestão em saúde, conduzida por Rodrigo Cassarino (Snowflake). Mediada por Marcelo Dallagassa, a fala trouxe a importância da integração de dados no contexto da IA, permitindo a colaboração segura entre departamentos e empresas e eliminando a complexidade de sistemas que não conversam entre si. (Assessoria de Imprensa Unimed Paraná)

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