RAMO EDUCACIONAL II: Formação além dos campos

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A difusão da cultura da cooperação na formação de cidadãos conscientes das questões coletivas e comunitárias é um processo que tem começado cedo em algumas escolas. Baseado na integração entre escola, família e comunidade, o programa "A união faz a vida", desenvolvido pelo Sistema de Cooperativas de Crédito (Sicredi), pretende construir valores de cooperação e cidadania em crianças de escolas municipais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso.

 

Sicredi - Por meio de parcerias com prefeituras, o programa já atende cerca de 200 mil alunos do maternal à 4.ª série, capacitando os professores para agregarem os princípios do cooperativismo e do empreendedorismo às disciplinas tradicionais. "Queremos gerar cidadãos mais conscientes e socialmente responsáveis, e fazer com que eles aprendam que, unindo forças, é possível buscar as soluções que não vêm do poder público", explica a assessora de programas sociais do Sicredi Maringá, Maria Rosângela de Freitas. Fátima Gouvêa Dias é a assessora pedagógica responsável pela capacitação das três escolas londrinenses em que o programa está sendo implantado. "O trabalho com os professores é feito através de oficinas. Eles passam a estimular os alunos a criarem projetos cooperativos, cujos temas são sugeridos pelas próprias crianças", explica. O resultado são iniciativas de proteção ao meio ambiente, reciclagem, reaproveitamento de alimentos, entre outras.

 

Humanização - Segundo Fátima, o efeito mais marcante da metodologia é a humanização. "Isso implica em libertar estes alunos da perspectiva individualista. Estamos formando indivíduos qualificados para o exercício da humanidade". Para ela, isso certamente será refletido na vida profissional desses alunos. "A empregabilidade está cada vez mais ligada à questão do comprometimento e o de­­sejo de cooperar com o grupo em que se está envolvido", acrescenta.

 

Contribuições - O trabalho de inserção do cooperativismo nas escolas tem de ser essencialmente voltado para o professor. "A criança começa aprendendo a dividir o doce com o colega através do professor, que é um agente de disseminação. Ele tem que transformar princípios em atividades práticas para que a criança compreenda o conceito", lembra a gerente de formação e qualificação profissional do Ser­viço Nacional de Apren­diza­gem do Cooperativismo (Sescoop), Andrea Sayar. Segundo ela, iniciativas de cooperativismo em escolas já mostraram contribuições para a menor evasão escolar e melhoria no desempenho dos alunos. "Os programas com essa tônica tem uma incrível capacidade transformadora." (Gazeta do Povo)

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