MEIO AMBIENTE: Sem recursos naturais, setor produtivo para, alerta professor

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O professor e pesquisador da PUCPR, Ubiratã Tortato, foi o palestrante da abertura da Semana do Meio Ambiente Cooperativista, promovida pelo Sistema Ocepar, nessa segunda-feira (03/06). Titular dos programas de mestrado e doutorado da engenharia da produção e líder do grupo de pesquisa em sustentabilidade nas organizações, Tortato fez um alerta importante: “sem os recursos do meio ambiente, não vamos produzir absolutamente nada, é uma questão de sobrevivência”.

Desenvolvimento sustentável - Ele fez referência ao Relatório Nosso Futuro Comum (Relatório Brundtland), primeiro documento público a mencionar o termo desenvolvimento sustentável. De acordo com o relatório, publicado em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, ser sustentável é “conseguir prover as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras em garantir suas próprias necessidades”.

Meio Ambiente - “Observem que a definição não fala em meio ambiente, fala em necessidades”, destacou Tortato. Segundo ele, isso é claramente um direcionamento ao setor produtivo. Para o professor, a mensagem é: “Fiquem atentos. Sem os recursos naturais vocês irão fechar”. E explicou: “entende-se como recursos naturais todos os elementos que a natureza nos provê: água, terra, ar. É nisso que temos que concentrar esforços”.

Cooperativas - Tortato contou que acompanha o trabalho das cooperativas há cerca de 10 anos e, de forma mais intensa, no último um ano e meio com o programa ESG (termo em inglês para Ambiente, Social e Governança). “É surpreendente o quanto vocês fazem de ações em termos de sustentabilidade, mas a sociedade como um todo sabe pouco sobre isso e é muito influenciada por informações que nem sempre refletem o que está acontecendo”.

Falsa ou verdadeira - Para o professor e pesquisador, é muito importante que tudo isso seja mostrado. “Vivemos num momento em que as informações fluem de forma bastante intensa. Todos têm acesso à informação seja ela falsa ou verdadeira. Temos o desafio de combater a informação que não é verdadeira e transmitir a informação que é verdadeira”, advertiu, acrescentando que “o nosso cliente vai demandar mais informações para continuar comprando o nosso produto. Se não fizermos isso de forma eficiente, vamos ter problemas”. 

Certificações - De acordo com o palestrante, as sociedades mais desenvolvidas, como Estados Unidos e Europa, “que já destruíram suas florestas para construir o progresso, agora se sentem numa posição mais confortável para exigir dos outros que preservem e temos que atender”. Segundo ele, é por isso que esses mercados demandam tantas certificações. “As certificações são muito importantes. Pode ser uma demanda da legislação, que é preciso mostrar para continuar operando, ou pode ser uma demanda do cliente”, explicou. O professor observou, no entanto, que “é preciso combinar com o cliente que tipo de certificação ele precisa. Se não, a certificação vira custo e nos torna menos competitivos e vulneráveis para sermos substituídos por um concorrente”.

Próximas décadas - O professor encerrou a palestra reforçando que as cooperativas estão no caminho correto, mas que é preciso mostrar o que está sendo feito de forma institucional. “Se continuarem trabalhando nessa direção e demonstrarem isso para a sociedade, continuarão tendo sucesso nas próximas décadas”, concluiu.

 

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