ENCONTRO ESTADUAL IV: Frans Borg é homenageado com o Troféu Ocepar
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“Se queremos continuar a ter um cooperativismo forte, temos que investir em educação, desde as escolas primárias, para que as pessoas sejam educadas para cooperar. Educar para a competição é o princípio para qualquer guerra. Então, vamos educar para cooperar e, assim, educaremos para a paz”. Estas palavras, do diretor da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e ex-presidente da CooperativaCastrolanda, Frans Borg, dão uma amostra dos motivos que o levaram a receber o Troféu Ocepar. Entregue durante o Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses, na manhã desta sexta-feira (03/12), o Troféu Ocepar é uma homenagem a pessoas e instituições que se destacam pela contribuição ao desenvolvimento das cooperativas e difusão dos princípios e valores norteiam a filosofia cooperativista.
História - Frans Borg nasceu em 1951, em Bourtange, na província de Groningen (Holanda). Casado com Angela Maria Verschoor, tem três filhos – Rodrigo, Pablo e Cynthia – e sete netos. Em 1975, após formar-se em Agronomia, ingressou na Cooperativa Castrolanda, situada no município de Castro, no centro-sul do Paraná, justamente em um período em que a agricultura iniciava sua expansão. Naquela época, conforme relata, a área total plantada pelos cooperados na região era de apenas 1,8 mil hectares, no entanto, a agricultura foi a atividade que mais cresceu nas décadas de 70 e 80, impulsionada pela atuação do cooperativismo.
Legado - Sua primeira passagem pela Castrolanda durou dez anos. Em 1984, decidiu ser produtor de grãos, mas permaneceu associado e apoiando a cooperativa. Em 1992, passou a integrar o Conselho de Administração da cooperativa – primeiro como vice-presidente e, a partir de 1996, como presidente, função que ocupou até 2019. Foram 24 anos à frente das principais decisões da Castrolanda, no entanto, seu legado e exemplo vão continuar norteando a cooperativa, considerada uma das mais prósperas, com um faturamento de 4,5 bilhões de reais, aproximadamente 3700 colaboradores e 1100 cooperados, e unidades de negócios divididas em operações agrícola, carnes, leite, batata e administração e industrial - carnes, leite e batata.
Gratidão - “Meu sentimento hoje é de gratidão, em primeiro lugar a Deus, que meu deu muitas oportunidades nesta vida e que me conduziu durante todo esse trajeto até aqui”, disse ao receber o Troféu Ocepar. “Com os meus pais, aprendi os valores da família, de que servir é mais gratificante do que ser servido. Se Deus me deu oportunidades na vida, tenho o compromisso de retribuir para com a sociedade. E eu entendo que o sistema cooperativista é a forma de organização da sociedade mais justa e equilibrada e que pode ajudar a melhorar a vida das pessoas”, completou.
Aprendizado - Frans Borg encerrou sua fala no evento de hoje enaltecendo o papel da educação e do sistema cooperativo. “Agradeço ao Sistema Ocepar. Entre os princípios do sistema cooperativista, temos a formação de pessoas. Esta é uma responsabilidade do sistema e eu tive a oportunidade de aprender em cursos e em viagens técnicas por esse mundo a fora, focadas em negócios. Conhecemos vários sistemas cooperativos de outros países, e foi um aprendizado que com certeza ajudou o cooperativismo do Paraná a se desenvolver, a ter uma a visão de futuro”, comentou.
Princípios - Ainda referindo-se aos princípios do cooperativismo, e trazendo essa questão para o momento que o mundo atravessa, de grandes mudanças e avanço rápido da tecnologia, Frans Borg disse que o sistema cooperativista deve focar em preparar as pessoas para que elas possam continuar a desenvolver o cooperativismo, em sintonia com o cenário atual de mundo. “Em obediência ao quinto princípio cooperativista (formação e informação), temos que desenvolver não só na questão de gestão das cooperativas, mas na gestão das propriedades ruais. Já o sexto princípio (intercooperação) é fundamental, porque é impossível continuar atuando de forma individual. Temos que ter coragem para juntar forças, para somar. E o sétimo princípio (interesse pela comunidade), diz que temos que olhar para o nosso entorno, porque nós, como cooperativas, somos socialmente responsáveis pelas pessoas ao nosso redor, porque a tua mão de obra está lá, nossos associados estão lá, então, o nosso futuro está nas pessoas”, finalizou.
Áudio - Ouça aqui o áudio produzido pelo jornalista Alexandre Salvador para a rádio Paraná Cooperativo.
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