DENACOOP: Educação e cooperação para um mundo mais justo

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Em entrevista ao Paraná Cooperativo e durante a abertura do 3º Encontro do Cooperjovem, realizado na quinta (14/09) e sexta-feira (15/09) da semana passada, no Hotel Bristol Vila Velha, em Ponta Grossa, Paulo Roberto da Silva, diretor do Departamento de Cooperativismo e Associativismo (Denacoop), do Ministério da Agricultura (Mapa), destacou a importância da educação e da cooperação no desenvolvimento de um mundo mais justo. O Denacoop é o departamento do Ministério da Agricultura que estimula o cooperativismo e associativismo, duas palavras que, segundo Paulo Roberto da Silva, podem construir um mundo melhor. O diretor do Denacoop lembrou de suas origens como professor, e destacou a importância do programa Cooperjovem na formação das crianças, que podem ser os líderes cooperativistas de amanhã. “Sou um professor aposentado. Comecei a dar aula quando estava no científico e dava aula no primário, campanha nacional de ensino secundário gratuito. Depois, quando eu estava na faculdade, dei aula para o ginásio, em Porto Alegre (RS). E hoje leciono nos cursos de férias na Unijuí, no Rio Grande do Sul”, disse. “Saí de Brasília de uma reunião com membros do Ministério da Fazenda, Desenvolvimento Agrário e Casa Civil na equalização de problemas que vive a agropecuária paranaense e brasileira. Saí dessa reunião e fomos para um evento (de Turismo) no UnicenP (em Curitiba), onde estavam acadêmicos e hoje tenho a satisfação de estar na presença de professores”, destacou, ao chegar no evento em Ponta Grossa.

Fase de insegurança – “Estamos vivendo uma fase de insatisfação, insegurança, insustentabilidade. No mundo, os países mais ricos discutem como manter a hegemonia sobre os mais pobres, discutem questões como combate ao narcotráfico, segurança, mudança climática, falta de petróleo. E, do outro lado, países discutindo como vão alimentar sua população. Esse é um mundo altamente dicotômico”, analisou. “Afinal, qual é o mundo que nós queremos e qual é o mundo que nós podemos ter para nós e nossos filhos? Será que se nós todos praticássemos a verdadeira cooperação e solidariedade nós não teremos condições de tentar obter o mundo que almejamos? Será que o trabalho que os senhores e senhoras estão fazendo nas suas escolas, criando desde a base as pessoas, os agentes de transformação, será que não é por aí? Será que não podemos contribuir para a redução das desigualdades? Será que não é hora? Será que temos consciência da responsabilidade que nós temos?”, questionou ele.

O poder das pessoas – Silva continuou, argumentando que cooperativa é o exercício entre as pessoas. “Homens e mulheres é que fazem a cooperação. Não são as instituições, são as pessoas. As pessoas, quando conscientemente organizadas são capazes de fazer tudo, muito mais do que a gente espera delas. Por isso a importância deste encontro. Por isso a importância da nossa ação, que muitos julgam pequena”, afirmou. “A sociedade se faz nova quando nós nos fazemos novos, disse ele. Nós dependemos do outro e o outro depende de nós. Cooperativismo também é dessa forma. Nós temos um discurso solidário, mas uma prática solitária. Nossos valores devem estar enraizados no coração. Nossa esperança não é só política, é também espiritual. Viver é fácil, nós é que complicamos. A vida não se tece em intenções, e sim em ações”, completou. Silva frisou ainda a importância da criação do Sescoop (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo) no desenvolvimento do cooperativismo no País. 

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