ARTIGO: Educação financeira vai além de investir
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*Rodrigo Rocha
O termo “educação financeira” está na moda no Brasil nos últimos anos. Muitos especialistas dizem que esta é a solução para, finalmente, o Brasil se tornar um país desenvolvido. O tema entrou em vários debates públicos e inclusive em junho de 2021 o MEC e a CVM criaram o programa Educação Financeira nas Escolas, onde mais de 500 mil professores serão treinados para levar conhecimento a mais de 25 milhões de alunos.
Mas a pergunta que mais escuto é justamente “o que é educação financeira”?
Muitos acreditam que educação financeira está relacionada apenas às aplicações financeiras, poupança, investimentos em ações ou outros tipos de renda variável. Mas este é apenas um dos escopos da educação financeira que, na realidade, é muito mais profunda do que isso. Ela está relacionada, além dos investimentos, ao orçamento familiar, consumo consciente, sustentabilidade, administração e até mesmo psicologia.
Assim como na matemática é de extrema importância utilizarmos fórmulas para realizar cálculos, na área da educação financeira é muito importante conhecer os conceitos de economia, administração e finanças. Porém, além disso, é ainda mais importante entender a realidade em que cada pessoa física ou jurídica está inserida, entender sua atual situação, as preocupações, objetivos e o que se acredita em relação a uma boa vida financeira.
Cada pessoa é um ser único, com momentos de vidas e situações completamente diferentes umas das outras e, assim sendo, não existe um manual de finanças que seja padrão e aplicável igualmente a todos. O que temos de ter em mente é que as pessoas necessitam estar informadas e capacitadas para poderem, dentro de sua realidade, fazer as análises corretas e as melhores escolhas.
Não é simples responder se devemos tomar um crédito para comprar algo ou juntar o dinheiro para comprar à vista, pois não existe uma resposta padrão. Tudo dependerá da situação. Um desconto de 10% à vista em um bem de extrema necessidade pode justificar tomar um empréstimo com taxa de 5% para realizar a compra, porém pagar juros de 1% para algo que não lhe gerará nenhum retorno pode ser extremamente ruim.
Em resumo, a educação financeira está relacionada a escolhas. O que deve ficar claro para a pessoa que está tomando algum tipo de decisão sobre finanças é que tanto o dinheiro quanto o tempo são recursos limitados nesta equação, e que cada escolha que é feita representa uma renúncia a outra escolha que poderia ter sido tomada no lugar. E que, para não se arrepender mais tarde, devemos olhar para além da matemática, entendendo os motivos e necessidades que nos levaram a esta escolha.
Neste sentido, quanto mais informações tivermos para a tomada de decisões, mais certos estaremos em relação às nossas escolhas, diminuindo assim, o risco de arrependimentos.
E como anda a sua educação financeira? Ela já lhe auxiliou a tomar melhores decisões? Compartilhe sua história conosco, escrevendo para
*Rodrigo Rocha é profissional da Sisprime do Brasil, com certificação CFP®
FOTO: Arquivo Sisprime do Brasil