SICREDI: Malan, a economia e o cooperativismo

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Não podemos esperar a valorização do dólar em relação ao real e, embora o Brasil não tenha condições de praticar uma taxa de crescimento de 8 a 9% no momento, em função da conjuntura, essa taxa pode ser maior do que a atual (cerca de 4%) e a preconizada para o próximo ano, de 4,7%. Essa afirmação foi feita na manhã de hoje (25/11) pelo ex-ministro Pedro Malan, no Seminário de Planejamento Estratégico Sicredi, realizado em São Paulo. Falando sobre o Sicredi, Malan disse ter observado o bom desempenho e que tem “grande confiança no desenvolvimento do sistema”. Malan vê como ideal que as taxas de juros baixem para um dígito – para menos que 9 % - mas acha difícil que o Brasil obtenha, novamente, um superávit de US$ 40 bilhões no balança comercial, sendo provável que haja uma redução, no próximo ano, de US$ 10 bilhões. Também participam deste evento em São Paulo o gerente de desenvolvimento e autogestão do Sescoop-PR, Gerson Lauermann e o assessor de imprensa da Ocepar, Eloy Olindo Setti.

Simplificação tributária – Respondendo a pergunta do auditório sobre a funcionalidade de um imposto único, Pedro Malan disse que isso seria desejável, mas muito complexo para praticar. É mais fácil simplificar, reunindo diversos tributos num só, como foi feito com o Simples, que é a reunião de cinco a seis impostos. No entanto, a tentativa do governo FHC de fazer essa simplificação travou no sistema político. Comentando a atuação do ministro Palocci, Malan afirmou que ele vem conduzindo a política econômica com independência política, buscando fazer os ajustes corretos, o que é desejável para um país ser considerado “normal” nessa área. Por fim, mostrou ser favorável à “autonomia operacional” do Banco Central na execução das linhas do governo, mas condicionado à prestação de contas. Disse que nessa área não podemos misturar política com economia.

Sinfonia empresarial - O workshop "Sinfonia Empresarial", do Maestro Lourenção, fez a abertura do segundo dia do seminário, na amanhã de ontem (24/11). O Maestro fez uma analogia entre o funcionamento de uma orquestra com a realidade do meio empresarial. Chamou a atenção para a necessidade da cooperação entre todos os integrantes da orquestra e para o “controle de qualidade em cada microssegundo”. Sua palestra foi muito aplaudida, pois repassou para os presentes a necessidade da interação das pessoas, a percepção, a troca de informações e execução de ações visando um objetivo, que é a qualidade com erro zero, onde o maestro não manda, é apenas um coordenador que tem como função inspirar os componentes da orquestra.

Lição de vida - "De nada adianta cada um dar o melhor de si, é preciso trabalhar bem em conjunto", destacou. José Eugenio Farina, diretor-presidente da Todeschini, uma das maiores fábricas de móveis da América Latina, emocionou os presentes com a sua história de vida, pessoal e profissional. Aplaudido de pé, Farina salientou a importância de acreditar em si, da presença de amigos e familiares, ter fé e amor, para dar a volta por cima. Quando Farina comprou a Todeschini na década de 70, depois de vender todos os seus bens, a fábrica pegou fogo. Hoje está pela quinta vez entre as 10 melhores empresas para se trabalhar no Brasil, conforme o Guia Exame.[

Woccu - Na parte da tarde, Oswaldo Oliva, representante da World Council of Credit Unions (WOCCU), abordou as tendências do cooperativismo de crédito no mundo. "Para os próximos anos, tudo indica que crescerá o número de fusões no setor e não tanto a implantação de novas cooperativas". Questionado sobre como avançar nos grandes centros urbanos, Oliva afirma que é fundamental investir em tecnologia e consolidar o relacionamento com o quadro social.

Encerramento - Para encerrar, Hipárcio Stoffel, consultor da Index Tech, apresentou o projeto e as diretrizes do planejamento estratégico 2006 - 2010 do SICREDI. "Foram realizados 31 encontros, nas mais diferentes regiões onde o Sistema está presente, envolvendo cerca de 540 profissionais do SICREDI e totalizando 20,3 mil horas de trabalho". O processo de identificação dos macro-propósitos segue o modelo que impõe ampla participação da base sistêmica. "Como resultado dessa construção, foram identificados quatro grandes orientadores estratégicos: crescimento e expansão; relacionamento com o quadro social; governança corporativa e tecnologia da informação", afirma. Hipárcio salientou também que os norteadores estratégicos, visão, missão e valores, também foram revisados. Dia 25, sexta-feira, último dia do evento, o ex-ministro da fazendo, Pedro Malan, falará sobre "Economia em Perspectiva e Tendências do Mercado Financeiro e de Capitais".

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